Espécies de aves coloridas e melodiosas em risco devido ao mau planeamento urbano



Uma nova investigação conduzida pela Universidade Griffith revela que as zonas urbanas de Brisbane estão a perder espécies de aves com caraterísticas que as pessoas consideram mais “esteticamente agradáveis”.

O estudo, liderado por Andres Felipe Suarez Castro, encontrou 82 espécies de aves diferentes em 42 tipos de paisagens diferentes em Brisbane, mas a variedade de espécies de aves mais pequenas, coloridas e “melodiosas” diminuiu em áreas onde não havia espaços verdes suficientes e paisagens fragmentadas.

Suarez-Castro afirma que estes resultados realçaram a importância de conceber paisagens urbanas em futuros empreendimentos que aumentem as oportunidades de encontrar aves coloridas e melodiosas e favoreçam a ligação das pessoas à natureza.

A beleza pode ser subjetiva, mas vários estudos demonstraram que caraterísticas como a cor, o tamanho e a forma favorecem sentimentos positivos e a perceção das espécies como benéficas.

Os traços “atrativos” podem mesmo influenciar as preferências humanas em relação à conservação das espécies e apoiar a educação e a angariação de fundos.”

Os resultados mostram que algumas espécies, como o suga-mel-escarlate (Myzomela sanguinolenta) e o papa-moscas-de-olheiras (Lichenostomus chrysops), se perderam em ambientes altamente urbanizados.

Quando o número de espécies era baixo, as paisagens podiam suportar algumas espécies consideradas “atrativas” com base nos seus traços, como o Trichoglossus haematodus e a Rhipidura leucophrys.

No entanto, a atratividade global de uma variedade de espécies diferentes pode diminuir, uma vez que as espécies de corpo pequeno, coloridas e melodiosas foram negativamente afetadas pelas infraestruturas construídas e pela fragmentação.

Correspondeu à perda de espécies com elevados valores de atratividade, como as espécies dependentes da floresta de pequeno porte que tendem a ser mais vulneráveis à urbanização.

“Mas existe potencial para manter conjuntos atrativos nas cidades”, afirma Suarez-Castro.

“O planeamento urbano deve considerar a forma de trazer de volta às nossas cidades uma avifauna vibrante e colorida, enriquecendo a nossa vida quotidiana e reconectando-nos com a natureza nos próprios locais onde vivemos e trabalhamos”, acrescenta.

“Há soluções relativamente fáceis, como a criação de corredores verdes e a adição de vegetação diversificada em parques e jardins. Estas estratégias podem proporcionar habitats fundamentais para muitas espécies coloridas com uma grande diversidade de chamamentos.”

Esta informação pode ajudar a acompanhar o sucesso de iniciativas que procuram obter ganhos tanto para a biodiversidade como para o bem-estar humano, e pode levar a um maior apoio à conservação e a resultados positivos para a saúde humana.

O estudo “Landscape structure influences the spatial distribution of urban bird attractiveness” (A estrutura da paisagem influencia a distribuição espacial da atratividade das aves urbanas) foi publicado na revista Landscape Ecology.

 





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