Guarda: ninguém consegue acabar com poluição no rio Diz (com FOTOS)



Há vários anos que o troço final do rio Diz, um afuente do rio Noéme, na Guarda, se encontra constantemente poluído sem que exista uma solução para o problema. Segundo Bruno Almeida, presidente do Núcleo Regional da Guarda da Quercus, o culpado é um efluente industrial proveniente de um colector municipal de água do domínio público hídrico, que tem efeitos danosos sobre essas águas.

“O efluente industrial provém de uma fábrica têxtil que se dedica à lavagem de lãs, fiação de mesclados de lã e acrílico, sendo este processo produtivo gerador de águas residuais”, explicou Bruno Almeida ao Green Savers.

A empresa em questão possui uma ETAR que, porém, se tem revelado insuficiente para o tratamento do efluente em causa. Segundo a Quercus, a Câmara Municipal da Guarda terá dado autorização à empresa, aquando do licenciamento industrial, para a descarga do efluente industrial no colector público municipal.

Em Outubro de 2013, a Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Norte informou a Quercus de que, desde Setembro desse ano, que a ETAR de São Miguel, gerida pela empresa Águas do Zêzere e Côa, estaria a receber o efluente industrial. Segundo a ARH, foi construída uma estação elevatória, na Quinta da Granja, e respectiva conduta adutora para o emissário gravítico que aflui a esta ETAR.

No entanto, a capacidade de recepção da ETAR é insuficiente, tendo em conta o caudal e carga poluente do efluente industrial e as frequentes descargas poluidoras no meio hídrico. “As descargas continuam a verificar-se, como se pode ver nas fotografias (ver galeria)”, continua Bruno Almeida.

Descargas ilegais são recorrentes em Portugal

No início do ano, a Quercus iniciou um abaixo-assinado para tentar resolver o problema na Câmara Municipal da Guarda e, a 23 de Março, foi feita uma caminhada para protestar contra a situação.

A 30 de Abril último, recorde-se, a loja do AKI de Braga terá descarregado 20 latas de 15 litros de tinta branca no colector de águas pluviais, poluindo o rio Este (fotos 9 a 14). Um mês depois, o rio Este foi alvo de outra descarga ilegal, apresentado as águas do rio uma “cor acastanhada e cheiro nauseabundo”.

Mais recentemente, no Brasil, uma mineradora considerada responsável pela contaminação dos rios Cururuperê e Dendê, no Pará, foi obrigada a fornecer água e cestas básicas de alimentos a todos os prejudicados pela tragédia.

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