iPhone gasta mais energia que o frigorífico
Um iPhone gasta mais energia por ano que um frigorífico, segundo um relatório do Digital Power Group sobre a quantidade de electricidade usada na economia digital e sector das TIC (tecnologias de informação e comunicação). Segundo o estudo, liderado por Mark Mills, CEO do Digital Power Group, o sistema TIC gasta tanta electricidade, hoje, como o consumo global do Planeta em 1985.
O estudo foi encomendado pela National Mining Association e America Coalition for Clean Coal Electricity e avança que o sistema TIC precisará de cada vez mais electricidade, à medida que os gadgets e aparelhos que hoje possuímos se tornam mais poderosos e acessíveis a mais pessoas.
“A nuvem utiliza energia de forma diferente dos outros sectores da economia. Iluminação, aquecimento, arrefecimento e transporte – todos eles têm limites. Só podemos aquecer a nossa casa até um certo ponto, ou podemos conduzir até ao nosso destino. Só porque o meu carro pode ir vezes sem conta até Washington, não quer dizer que eu o faça”, elabora Bryan Wash, na Time. E conclui: “O valor do sistema TIC é que ele está ligado sempre. Desde os computadores aos centros de dados gigantescos, ao nosso iPhone, não há quebras de tempo. Eu não sou a única pessoa no mundo a deixar o iPhone ligado durante a noite para qualquer emergência, porque já não tenho telefone fixo”, continua.
Segundo Walsh, isto significa que há uma procura constante para electricidade, e à medida que a nuvem fica maior e mais dos nossos gadgets funcionam em redes sem fios, vamos precisar de mais electricidade.
No estudo, Mark Mills dá um exemplo: precisamos de mais electricidade para vermos um filme em HD, online, numa rede sem fios, do que se víssemos num DVD, que foi fabricado e transportado para nossa casa.
De acordo com o autor, e por mais preocupações tenhamos com a electricidade que consumimos – mudar para iluminação eficiente, desligar o stand-by –, a partir do momento em que estamos ligados à nuvem tornamo-nos “vampiros de energia”.
Ironicamente, são os jovens com maior consciência ambiental – que compram cada vez menos carros, andam de transportes públicos ou vivem em espaços mais pequenos – que têm esta necessidade de estarem sempre ligados. Com as respectivas consequências para a sustentabilidade.
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