Ministro do Ambiente defende “equilíbrios fundamentais” na crise climática
O ministro do Ambiente defendeu hoje a importância dos “equilíbrios fundamentais” na luta contra a crise climática, ainda a propósito do ataque com tinta verde de que foi alvo, e salientou o trabalho do Governo em acelerar a descarbonização.
Questionado pelos jornalistas sobre o ataque de terça-feira passada por parte de jovens ativistas que exigem mais rapidez na luta contra as alterações climáticas, Duarte Cordeiro nunca criticou os jovens, mas salientou haver duas formas de ver o problema, uma de alinhamento, a que defende, e outra de rutura.
“Nós queremos a ambição, temos aumentado a ambição, somos concretos na ambição e nas metas, e procuramos fazer equilíbrios fundamentais”, afirmou aos jornalistas em Alcoutim, Faro, onde participou na inauguração de um parque solar da Galp.
Duarte Cordeiro falou das diferenças entre os que acham que se podem eliminar as empresas que existem no país “e partir do zero” com outras empresas, e os que acham que é preciso entrar num processo de descarbonização com as empresas que existem.
“Somos daqueles que acham que temos de entrar num processo de descarbonização”, disse, acrescentando depois: “Temos de continuar esta política de alinhamento, na nossa opinião a que é eficaz”.
E a propósito lembrou que uma empresa com uma pegada carbónica como a Galp anunciou numa semana (esta semana) um projeto importante de descarbonização em Sines e inaugurou um parque solar no Algarve.
Duarte Cordeiro lembrou que os apelos para que se acelere a transição climática já duram há anos, lembrou a “participação de forma intensa” dos jovens nesses apelos, preocupados com o futuro e com o planeta, e acrescentou que o Governo tem procurado acelerar a transição e aumentar a ambição. “Estamos a responder a esses apelos”, disse.
Duarte Cordeiro repetiu depois que as gerações que pressionam governos e empresas fazem-no convictos de que é uma causa importante para todos, e que o Governo tem procurado responder.
“Queremos acelerar as metas de transição climática e ambiental mas também respondemos pelo programa eleitoral aos cidadãos. E depois é importante perceber que esta transição não pode deixar as pessoas para trás, não podemos simplesmente, porque sabemos que há um impacto na utilização dos automóveis, deixar que os combustíveis aumentem 100%, porque as pessoas deixarão de usar automóveis. Obviamente isso tem um impacto positivo no clima, mas afetará socialmente a vida de todos nós”.