Moço de Recados: como criar o seu próprio emprego de forma simples (com VÍDEO)



Em cima de uma vespa amarela, um homem percorre as estradas de Lisboa. Se pára, é para ir entregar uma encomenda, comprar um medicamento na farmácia ou passear um cão pelo jardim. Não está de folga, não está a fazer um favor à namorada nem anda a passear pela cidade – ele é o Moço de Recados e está sempre em serviço.

Desde Novembro que Lisboa conta com os serviços de Luís Campos, o novo “administrador do tempo” dos seus clientes. Ele é muito muito mais do que um estafeta – trata de todo o tipo de tarefas que sejam necessárias. Desde levar o veículo à inspecção até fazer compras no supermercado, passando por levantar exames médicos e levar o animal de estimação ao veterinário, tudo é possível de ser resolvido para quem não tem tempo livre.

Luís, de 32 anos, terminou a licenciatura em Publicidade e Marketing em 2002. Nos últimos 10 anos, ele trabalhou a maior parte do tempo em regime de freelance. Por fim, perante uma situação de desemprego, resolveu criar o seu próprio ofício.

O Moço de Recados nasceu a pensar nas pessoas particulares que não têm tempo para resolver algumas tarefas, ou que não o querem fazer, e nas empresas que precisam de alguém que trate dos seus serviços externos. Até agora, Luís tem sido mais contactado por particulares, apesar de também estar a ser solicitado para algumas reuniões com empresas.

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A ideia de negócio surgiu a partir de acções simples. “Como tinha algum tempo livre, os meus amigos e familiares por vezes pediam-me para lhes fazer recados”, conta Luís. “Eles não tinham tempo e eu, como não gostava de estar parado, dava uma ajuda. Foi assim que nasceu a ideia.” O projecto, que estava no papel desde 2007, começou a ganhar vida a partir de Agosto de 2012 e, após alguns meses de preparação, está neste momento a percorrer as estradas da capital.

Só daqui a alguns meses Luís poderá perceber se o negócio é lucrativo. “É um serviço que vai levar algum tempo a crescer”, diz. Na base desse crescimento tem de estar a confidencialidade e a confiança. “Confiança que tento transmitir quando faço um recado pela primeira vez a um cliente”, assegura o Moço. Por agora garante: “O negócio está a crescer aos poucos, cada dia que passa os contactos vão aumentando”.

Veja o preçário.

Este exemplo de empreendedorismo está de facto a dar que falar – e não é por acaso. Luís explica: “A minha estratégia foi criar algo que captasse a atenção das pessoas”. Como conseguiu ele isso? “Escolhi um nome forte, um logótipo icónico, um veículo chamativo – tudo conciliado deu um conceito diferenciador.” O plano passou ainda pela criação de um vídeo divulgado nas redes sociais e de uma newsletter que enviou para a sua base de dados. “Com estas acções os contactos foram começando a surgir”, revela.

O impulsionador desta ideia espera que as pessoas sejam capazes de encarar o serviço como uma ajuda para o dia-a-dia. O Moço de Recados actua principalmente nas 54 freguesias da cidade de Lisboa, embora seja possível requisitar os seus serviços para todas zonas da Grande Lisboa e da Península de Setúbal. Na capital, Luís cobra €8 (R$ 22,1) por 30 minutos, sendo que a cada 15 minutos que se seguem há um acréscimo de €2 (R$ 5,5). Nos arredores de Lisboa, soma-se a estes valores os das deslocações e portagens.

Para já, o condutor da Sprint V amarela de 1976 diz sentir-se realizado. E acrescenta: “Pretendo realizar mais vídeos, criar flyers, acções de guerrilha, pois a minha ambição é, paralelamente aos recados, continuar a fazer aquilo de que gosto, chegar às pessoas através da minha criatividade”.

E criatividade, de facto, não lhe parece faltar. Há menos de um mês no activo, o Moço de Recados tem sido saudado pelo público e são já várias as mensagens de incentivo e apoio ao projecto. “É bom sentir que as pessoas gostaram do conceito e que estão a torcer por ele”, revela Luís.

Por isso, se vir no trânsito um homem vestido de vermelho em cima de uma vespa amarela, não estranhe. Ele é o mais recente executante de recados da zona de Lisboa e veio para ajudar aqueles que têm as agendas mais preenchidas.





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