Neutralidade carbónica até 2050 no Reino Unido “é impossível”, diz líder dos conservadores



A líder do Partido Conservador britânico avisa que atingir a neutralidade carbónica no Reino Unido até 2050, compromisso assumido pelo país em 2019, “é impossível”.

Esta terça-feira, num discurso de apresentação da sua nova visão para o partido, Kemi Badenoch diz que o público tem sido enganado com promessas irrealistas por parte dos outros partidos e que deve ser dita “a verdade pura e crua: a neutralidade até 2050 é impossível”.

A líder conservadora recorda que em junho de 2019, quando ainda Theresa May, na altura líder dos conservadores britânicos, era Primeira-ministra, o Parlamento britânico assumiu o compromisso de levar o Reino Unido à neutralidade carbónica até 2050, mas, segundo ela, “sem qualquer plano”. E acrescenta que “842 dias depois, surgiu um plano, e não era suficiente. De tal forma que instituições ambientais estão a processar o governo e a ganhar porque não há detalhes suficientes”.

Apesar do vaticínio, Badenoch admite que não é com prazer que o diz, mas acredita que é a única forma de reconquistar a confiança da população na classe política, que tem vindo a ser perdida, sustenta, devido a “promessas que não são cumpridas”.

Badenoch considera que os impostos ambientais sobre a energia estão a prejudicar as famílias e as empresas com contas cada vez mais altas que não conseguem pagar e sugere que não é possível “manter os custos de eletricidade em baixo enquanto reduzimos os nossos impactos no ambiente”. Ainda que diga que são ambos “objetivos nobres”, a líder política acredita que “sem o resto do mundo a fazer o mesmo, estamos a tornar o nosso país menos seguro e menos resiliente”.

Para Badenoch, a neutralidade carbónica em 2050, meta traçada durante o governo da sua antecessora, “não pode ser alcançada sem uma queda significativa nos nossos padrões de vida ou, pior, sem levar-nos à bancarrota”. Embora reconhecendo que o Reino Unido tem feito grandes progressos em termos de redução das emissões de gases com efeito de estufa, Badenoch diz que isso tem sido conseguido “a um custo significativo”, sobretudo com o aumento do custo da energia.

“Mesmo que reduzamos a zero as nossas emissões, não teremos neutralidade carbónica no mundo se os outros países não seguirem o nosso exemplo”, afirma, “e não seguirão se nos virem a cair na bancarrota”.





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