Oceanos mais quentes estão a fazer disparar número de lagostas



A indústria da lagosta do estado do Maine, nos Estados Unidos está a ser atingida por uma vaga de excesso de oferta – atribuída às alterações climáticas -, que está a baixar drasticamente o preço dos crustáceos e, inclusive, a torná-los acessíveis a todas as carteiras.

Segundo o Maine Departamento of Marine Resources, o volume de lagostas apanhadas aumentou de 12,7 milhões de toneladas em 1990 para 57 milhões de toneladas em 2012, à medida que o oceano está a ficar mais quente, o que ajuda o marisco e as suas larvas a crescerem mais rápido.

Na verdade, este excesso de oferta não é propriamente positivo para o sector. Desde a recessão global, em 2008, que a procura deste prato considerado luxuoso não acompanhou a tendência de descida de preços, o que torna o negócio pouco rentável.

“A rentabilidade global da indústria está a sofrer”, explicou ao Financial Times o director-executivo da Maine Lobstermen’s Association, Patrice McCarron. O stock cresceu 80% desde 2008, o que leva a indústria a tentar “colocar uma cadeia de fornecimento cada vez maior num  mercado fraco”.

O pico de preços deu-se em 2005 – nos cerca de €3,50 (R$11) por 450 kg – mas hoje eles situam-se nos €2 (R$6,4) pela mesma quantidade.

Segundo um recente relatório da ONU sobre a agricultura, o mercado chinês procura, cada vez mais, produtos de marisco, o que está a levar os preços do sector para altos históricos. Uma tendência que não se reflecte na indústria da lagosta do Maine – refém da recessão local mas, também, das consequências directas das alterações climáticas na biodiversidade.





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