Operação internacional contra crimes ambientais desmantela “principais redes criminosas” na Amazónia

Uma operação contra crimes ambientais na região da Amazónia, liderada pelos Emirados Árabes Unidos (EAU), em colaboração com o Brasil, Equador, Peru e Colômbia, resultou na detenção de 94 pessoas e na apreensão de ativos ilícitos avaliados em mais de 64 milhões de dólares.
De acordo com a agência estatal emiradense WAM, a iniciativa, denominada “Operação Escudo Verde” (ou “Operation Green Shield, no original em inglês), conseguiu desmantelar “as principais redes criminosas a operar na Bacia do Amazonas”, através de mais de 350 operações no terreno ao longo de duas semanas.
O objetivo era combater práticas ilegais a acontecer na região, como a mineração, o tráfico de animais selvagens, a extração não autorizada de madeira e o contrabando.
Segundo as informações oficiais divulgadas, foram apreendidas mais de 310 toneladas de minerais e 3.800 metros cúbicos de madeira extraídos ilegalmente. Foram também recuperados com vida mais de 2.100 animais e confiscados os cadáveres de outros 6.350, incluindo aves, lagartos e mamíferos.
As autoridades policiais apreenderam também “equipamento pesado usado em atividades criminosas”, como buldózeres, carrinhas e trituradoras.
Entre os “sucessos mais notáveis”, é assinalado o desmantelamento do gangue “Los Depredadores del Oriente”, envolvido no tráfico de animais selvagens, e que resultou no resgate de 1.400 animais vivos. Além disso, é avançado o desmantelamento de três grupos de crime organizado que operavam na Amazónia colombiana e uma célula que ligações àquela que é considerada uma das associações criminosas mais poderosas da Colômbia, o Clan del Golfo.
“A escala e a velocidade dos resultados reflete não apenas a força da cooperação regional, mas também a crescente determinação dos governos para tratarem os crimes ambientais como uma questão de segurança prioritária”, diz, em nota, Dana Humaid Al Marzouqi, diretora-geral do Gabinete de Assuntos Internacionais do Ministério do Interior dos EAU e uma das coordenadoras da operação.
“Do resgate de milhares de animais à disrupção de economias ilícitas avaliadas em dezenas de milhões de dólares, os resultados da Operação Escudo Verde enviam uma mensagem clara sobre a aplicação coordenada da lei”, salienta.
As equipas dos vários países envolvidos estão agora a analisar os dados recolhidos para desenvolverem “estratégias de longo-prazo para desmantelar redes criminosas e reforçar a governança ambiental na região”, pelo que são esperadas mais detenções e apreensões, uma vez que as investigações continuam.
A “Operação Escudo Verde” acontece no âmbito da “International Initiative of Law Enforcement for Climate” (I2LEC), uma plataforma lançada pelo Ministério do Interior dos EAU em 2023 em parceria com o Gabinete das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).