Os benefícios de comer menos
Quando se cansou de dizer aos seus pacientes, repetitivamente, para comerem menos, uma nutricionista norte-americana mandou fazer várias t-shirts com a frase: “Eat Less You Pig” (“Como Menos, Seu Porco”, em português). O objectivo era deixar bem claro que reduzir a quantidade de alimentos que ingerimos significa optimizar a nossa saúde e melhorar o ambiente.
A história é contada pelo jornalista James McWilliams no Huffington Post e, ainda que simbólica, mostra bem a necessidade que os consumidores ocidentais – sobretudo estes – têm de reduzir a quantidade de carne – e outros alimentos – que comem.
Segundo McWilliams, existem vários argumentos para comermos menos. Nos Estados Unidos, as taxas de obesidade duplicaram desde 1980: hoje, mais de dois terços dos adultos são considerados obesos, uma vez que cada americano médio come cerca de uma 900 quilos de alimentos por ano – perto de uma tonelada, imagine-se!
Entre 1970 e 2000, os americanos aumentaram a ingestão de calorias diárias em 24,5%, o equivalente a 530 calorias extra – ou um Big Mac – por dia. E, já em 1970, este número deveria ter sido reduzido, nunca aumentado.
Para além de ser mais saudável, comer menos é essencial para o ambiente. Se o fizermos, vamos estar a reduzir a produção de alimentos que gastam mais recursos – como a carne. Os americanos consomem hoje mais 57% mais carne que nos anos 50 – e comem quatro vezes mais queijo, 20 vezes mais iogurte e oito vezes mais adoçantes. Tudo alimentos que necessitam de vários recursos para serem produzidos e emitem mais emissões de gases com efeito de estufa que, por exemplo, as frutas e vegetais.
Não deixa de ser paradigmático, porém, que os americanos tenham aumento apenas ligeiramente o consumo de fruta e vegetais desde os anos 50 – e muito desse aumento, no que toca aos vegetais, tem como pano de fundo a utilização de tomates nas pizzas.
Finalmente, existe um outro argumento para reduzirmos a quantidade de comida ingerida: o bem-estar dos animais. Só os Estados Unidos abatem dez mil milhões de animais por ano, ainda que, segundo o Humane Resource Council norte-americano, 75% da população do país concorde que deveremos “eliminar todas as formas de crueldade animal e sofrimento”.
Ironicamente, tudo isto depende da própria população e dos seus hábitos de consumo: comer 2.000 calorias por dia em vez de 3.000, explica McWillimas, teria um grande impacto na redução destas mortes.
Leia o artigo de McWilliams, na íntegra, no Huffington Post (em inglês).
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