Piores cheias em décadas no Cazaquistão e Rússia afetam mais de 100.000 pessoas
Mais de 100.000 pessoas no Cazaquistão e na Rússia tiveram de abandonar os locais em que residem para fugir às piores cheias das últimas décadas na região, disseram ontem as autoridades dos dois países.
As inundações, que ainda não atingiram o pico em várias regiões, foram causadas por fortes chuvas combinadas com o aumento das temperaturas, o aumento do degelo e a quebra do gelo de inverno que cobre rios e riachos.
Não foi estabelecida qualquer relação com as alterações climáticas, mas os cientistas acreditam que o aquecimento global está a contribuir para fenómenos meteorológicos extremos, como a precipitação intensa, segundo a agência francesa AFP.
A grande maioria das regiões evacuadas situa-se no Cazaquistão, a oeste e a norte do país, na fronteira com a Rússia, situada a norte.
“Desde o início das inundações, foram socorridas 96.472 pessoas”, disse o Ministério das Situações de Emergência do Cazaquistão num novo relatório.
Mais de 24.000 membros dos ministérios das Situações de Emergência, do Interior, da Defesa e dos Serviços Secretos estão envolvidos nas operações de salvamento, bem como milhares de voluntários civis.
Do lado russo, em Orenburg, o nível da água atingiu 9,78 metros hoje de manhã, segundo o centro meteorológico da cidade, depois de ter ultrapassado “o limiar crítico” de 9,30 m na terça-feira à noite.
De acordo com as previsões dos especialistas, a água, que subiu 81 centímetros nas últimas 24 horas, deverá subir hoje mais 30 a 70 cm.
As autoridades reiteraram o apelo às pessoas que vivem na zona das cheias para “abandonarem as casas com urgência”.
Cerca de 13.000 casas foram inundadas na região de Orenburg e mais de 7.700 pessoas foram transferidas para locais seguros, de acordo com as autoridades regionais.
Em Orsk, a segunda maior cidade da região, onde uma barragem rebentou no final da semana passada sob a pressão das águas das cheias, o nível do rio Ural desceu 29 cm, segundo a câmara municipal.
Na véspera, os habitantes tinham-se reunido para pedir contas às autoridades, apesar das ameaças do Ministério Público regional contra qualquer manifestação ilegal.
O governador de Kurgan, a nordeste de Orsk, Vadim Shumkov, disse hoje que foram criados centro de alojamento temporário na região russa para alojar mais de 30 mil pessoas, segundo a agência oficial TASS.