Portugal pode ser líder europeu na produção de castanha, o “petróleo” transmontano

A castanha é o petróleo transmontano e Portugal poderá ser líder europeu na produção deste fruto, que se destina, na sua maioria, à exportação, rendendo entre 50 a 60 milhões de euros por ano aos seus produtores.

Quem o defende é José Gomes Laranjo, professor e investigador na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). De acordo com Gomes Laranjo, que integra a rede nacional da fileira da castanha, a RefCast, a excelente qualidade das variedades de castanha portuguesas está a levar a uma elevada procura internacional, quer para a sua industrialização quer para o consumo em fresco.

“Temos um produto que tem valor e que, se houvesse mais castanhas, poderia aumentar também a sua exportação”, sublinhou o responsável ao Jornal de Notícias.

Segundo o investigador, a RefCast quer aumentar a sua área de produção, incentivar o consumo em Portugal e apostar na transformação, que é, actualmente, inexistente no mercado português.

Hoje há 35 mil hectares de souto ocupados de castanha, que produzem uma média anual de 50 a 60 mil toneladas deste fruto, o correspondente a 50 a 60 milhões de euros de rendimento para o produtor.

“O souto faz-se de pequena propriedade e tem a rentabilidade na ordem dos 50% para os produtores”, revelou o responsável ao Jornal de Notícias.

É precisamente a área do souto, em Portugal, que o RefCast quer aumentar. Se tal acontecer, Portugal passaria a ser o maior produtor de castanha na Europa. Para ajudar a este aumento da produção, José Gomes Laranjo está a lançar, em Portugal, a Federação Europeia de Castanha. Esta entidade vai desempenhar um papel importante na negociação de apoios para o sector na PAC (Política Agrícola Comum) de 2020.

Antes, a rede pretende promover o consumo da castanha – um fruto possui um baixo índice de colesterol e não tem glúten – em Portugal fora da época da apanha. “Queremos ensinar as pessoas a comer castanhas, a introduzi-las nas suas receitas”, concluiu.