“Soil to Soul” regressa ao Alandroal para dar palco à agricultura regenerativa e educação alimentar



O movimento “Soil to Soul”, que foi criado por Thomas Sterchi, em Zurique (Suíça), e que teve a sua primeira edição em solo nacional em 2022, regressa a Portugal nos próximos dias 25 e 26 de maio, com o evento “Soil to Soul Alandroal – Somos o que comemos”, foi divulgado em comunicado.

Segundo a mesma fonte, promovido pela Câmara Municipal do Alandroal e pela equipa do projeto “Soil to Soul” em Zurique, o conceito assume aqui o formato de um festival de acesso gratuito, que terá lugar no Castelo de Alandroal, no Alentejo, e tem como objetivo central promover a importância da regeneração dos solos para uma alimentação saudável, como base para um futuro mais sustentável. “Somos o que comemos” é a essência do festival no Alandroal.

“É um prazer estar associado a este evento, até porque somos um concelho de interior, temos 500 quilómetros quadrados de território para 5.000 pessoas, e se temos algumas desvantagens, temos também um conjunto enorme de vantagens, sendo que uma delas é um território muito conservado e preservado, muito próximo do seu ambiente natural, com uma agricultura não agressiva e regenerativa, por exemplo. As nossas próprias políticas reflectem isso, e apostam na preservação e na sustentabilidade, e nesta ligação à Natureza, e ao que ela dá em cada momento, não sendo forçada para isso. Acreditamos neste conceito ‘Soil to Soul’ por isso mesmo, pois estamos alinhados a vários níveis, e queremos fazer crescer este evento em todas as suas vertentes, pela aproximação de pessoas, culturas e experiências que promove, e que dificilmente se conseguiria de outra forma”, afirma João Grilo, Presidente da Câmara Municipal de Alandroal.

“Agricultura regenerativa deve ser a base para uma gastronomia sustentável e comida honesta. Desta forma fecha-se o ciclo: do solo á alma” afirma Thomas Sterchi, fundador do movimento internacional, destacando assim a ligação entre a biodiversidade saudável do solo e a bio-diversidade saudável do microbioma humano. “Gostaria que este festival ajudasse a aprofundar estas conexões.”

Para Paulo Amado, que dirige o evento em Portugal, “é muito relevante a promoção do conhecimento relativo à produção alimentar saudável, ao reforço da ideia de que os produtos alimentares têm a sua estação óptima e que não é durante todo o ano. Num ambiente de partilha e crescimento, sabemos que a restauração tem um papel de grande importância e que isso é uma afirmação dos territórios, da gastronomia e da identidade que queremos projectar”.

O programa deste festival, que visa sensibilizar a comunidade para a conservação de recursos naturais, está recheado de arte, cultura, gastronomia, e momentos musicais, com dois concertos (um em cada dia do festival), este ano a cargo de Sean Riley & The Slowriders, e de Gizmo Varillas, um letrista e músico espanhol, sendo que a música ambiente em ambos aos dias estará a cargo do DJ Rai, do Incógnito, que certamente irão animar o ambiente neste evento que se quer de convívio e partilha. A entrada é gratuita.

Com o mote “Somos o que comemos”, o evento contará com a presença de alguns chefs nacionais. Confirmados estão já Francesco Ogliari (restaurante Tua Madre, Évora), Bruno Caseiro e Tomoe Hayase (Cavalariça, Évora), André Cruz (restaurante Feitoria), Lara Espírito Santo e George McLeod (Restaurabte Sem, Lisboa), Diogo Formiga, Mauro Alison, Vítor Adão (restaurante Plano, Lisboa) Anne Karen (restaurante Pastus, Oeiras).

A pedra de toque para as construções culinárias continua a ser o da portabilidade da cozinha portuguesa, esperando-se propostas confecionadas com os mais frescos produtos locais de diversos produtores que irão marcar presença neste encontro de sabores genuínos e conscientes. O festival contará também com artesãos da região, e com vários oradores – entre eles Olga Cavaleiro, Esther Henneberke e Mónica Tereno, que irão discutir em vários debates a cadeia de valor que vai desde a produção até ao consumidor, alertando para a relevância deste movimento. Elsa Lamy, do Instituto para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento da Universidade de Évora, vai também marcar presença, com uma palestra sobre a dieta mediterrânica e a sua pesquisa relativa à importância e complexidade da saliva.

Cogumelos do Alentejo, Freixo do Meio, Paisagindo Bio, Terramay, Montanheira ou Why Not (que patrocina um bar de cocktails que cria misturas orgânicas), entre outros, fazem parte do leque de parceiros e produtores que marcará presença no mercado do Castelo de Alandroal, local onde decorrerá o festival “Soil to Soul Alandroal – Somos o que comemos”.

O município do Alandroal deixa assim aqui o convite para que todos visitem a região, aproveitando as iniciativas que decorrem durante este festival que pretende sensibilizar para a importância de prepararmos um futuro sustentável.





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...