Surf: mudanças climáticas vão reduzir tamanho das ondas em 25%
A água do mar está a ficar mais quente e água mais quente é sinónimo de ondas menos radicais. Estima-se portanto que, devido às mudanças climáticas, a altura das ondas diminua mais de 25% no mundo, incluindo num grande número de populares regiões de prática de surf.
Os cientistas da Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization, na Austrália, têm vindo a estudar o impacto das mudanças climáticas sobre as ondas do mar. Muitos especialistas debruçam-se sobre o nível do mar, a temperatura e a composição química do oceano, mas as ondas têm vindo a ficar de fora das principais investigações.
Desta vez, o seu comportamento foi analisado e a conclusão é de que a diminuição média em altura pode mesmo chegar aos 38,5% nos meses de Inverno – o que é dramático.
As ondas não só afectam a prática de todos os desportos ligados ao mar, como também são cruciais para as espécies que dependem dos habitats costeiros. E o estudo revela que muitas ondas estão sujeitas a retracções graves.
De acordo com o autor do estudo, Mark Hemer, “as ondas são os condutores dominantes da mudança costeira nos ambientes arenosos e a variabilidade e mudança nas características das ondas de superfície do oceano podem ultrapassar muito as influências do nível do mar em ambientes de praia”.
Esta é uma má notícia para os surfistas e apreciadores de praia, mas também para uma série de criaturas aquáticas. Existe, contudo, um lugar onde as ondas tenderão a ser cada vez maiores: o oceano em torno da Antárctida.
Surfistas, preparem-se – dentro de alguns anos, vão ter de arranjar fatos muito, muito mais quentes. São também más notícias para Garrett McNamara e para toda a região da Nazaré.
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