Tráfico de vida selvagem: Operação Thunder apreende dois mil animais e plantas ameaçados de extinção
Decorrida entre 2 e 27 de outubro passado, a Operação Thunder 2023 contra o tráfico de espécies ameaçadas de extinção apreendeu 2.114 animais e plantas, e produtos deles derivados, protegidos ao abrigo da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (CITES).
A operação, desenvolvida pela Interpol em parceria com a Organização Mundial Alfandegária (WCO) em 133 países, resultou ainda em 500 detenções. De acordo com os dados divulgados, foram apreendidos 313 quilogramas (kg) e 111 artigos feitos de marfim ou de partes de elefantes, quatro grandes felídeos vivos, 15 pangolins vivos e 169 kg de escamas desse animal, milhares de ovos de tartarugas, 8 kg de chifres de rinoceronte, 53 primatas vivos, 1.370 aves vivas e cerca de 560 toneladas de madeira de espécies protegidas pela CITES.
Segundo as entidades envolvidas na operação, 60% dos casos de tráfico de vida selvagem tinham ligações a grupos internacionais de crime organizado, e a madeira ilegal é misturada com madeira legal durante o transporte para dificultar a sua deteção.
“Importantes e ameaçados animais, aves e plantas estão a ser colocados em risco de extinção pelos traficantes de vida selvagem e de madeira. Estes crimes hediondos não apenas privam o mundo de animais e plantas únicos, mas também os países dos seus ativos e recursos naturais”, afirma Jürgen Stock, Secretário-geral da Interpol, em comunicado.
Numa altura em que a perda de biodiversidade é uma das grandes crises planetárias dos nossos tempos, Ivonne Higuero, Secretária-geral da CITES, aponta que esforços “tais como os mobilizados nesta operação global são exatamente o que é preciso para combater a ameaça representada pelo crime contra a vida selvagem”.
A Operação Thunder decorre anualmente desde 2017 e envolve autoridades policiais e outras forças de segurança de vários países para combater o tráfico de espécies animais e vegetais que enfrentam a ameaça da extinção. A operação de 2023 foi a que teve o mais elevado nível de participação até ao momento.