Troca de dívida por investimentos climáticos em Cabo Verde para projetos relacionados com água



A ministra do Ambiente e Energia de Portugal disse ontem que o alargamento do programa de troca de dívida de Cabo Verde a Portugal por investimento climáticos vai incidir em projetos de energia renovável relacionados com a água.

“Está a correr muito bem a decisão dos governos de alargar este processo, com a reconversão da dívida até 2030, com uma dotação de 42,5 milhões de euros que vão ser destinados a projetos de energias renováveis relacionadas com a água”, disse Maria da Graça Carvalho.

A governante falava no Fórum Económico Portugal-Cabo Verde, que decorre hoje em Lisboa no âmbito da VII Cimeira entre os dois países, que o governo português considera ser “histórica”.

“Assistimos hoje a uma cimeira histórica, pela linha de crédito de 100 milhões, pelo mecanismo de conversão de dívida em projetos de ação climática”, salientou a governante, vincando que o alargamento no tempo e no montante não esgota a cooperação entre os dois países.

O sucesso dos cerca de 30 projetos de cooperação entre 2017 e 2023 nas áreas da ação climática e da gestão de resíduos, biodiversidade, ordenamento do território e energia “têm uma taxa de execução acima de 90%”, disse a governante portuguesa, argumentando que esta cooperação permite alargar os programas nos próximos anos.

“O sucesso desta relação deu-nos confiança para assumir novos desafios ainda mais ambiciosos, e neste novo programa de cooperação decidimos apostar num projeto de grande dimensão, que é o apoio à resiliência e sustentabilidade do sistema de distribuição de água potável em Santiago”, acrescentou Maria da Graça Carvalho.

Na intervenção, a governante referiu-se ainda à linha de crédito gerida pela Caixa Geral de Depósitos, no valor de 100 milhões de euros para projetos na área das renováveis e da economia azul e digitalização, considerando que “é muito positiva para as empresas portuguesas e para a academia” e vincou que Portugal “dá, mas também recebe”.

Cabo Verde, concluiu, “tem larga experiência no processo de dessalinização, e Portugal está a iniciar a primeira experiência no continente, depois de Porto Santo, um processo com bastantes barreiras a ultrapassar, mas há muito a aprender com a velocidade com que Cabo Verde fez estes projetos nas diferentes ilhas”.

A VII Cimeira entre os dois países permitiu que fossem acordados 30 instrumentos bilaterais, como referiu hoje o primeiro-ministro português, Luis Montenegro, numa conferência de imprensa ao lado do seu homólogo cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, 20 dos quais foram já assinados entre hoje e segunda-feira, restando 10 para serem firmados por várias entidades.

Montenegro destacou precisamente o alargamento da linha de crédito para projetos de investimento empresarial até 100 milhões de euros, que mais do que triplica o anterior no valor, e do programa de conversão de dívida pública em investimento verde, através do Fundo Climático e Ambiental de Cabo Verde – dos 12,5 milhões de euros iniciais para até 42,5 milhões de euros até 2030 – além do reforço da aposta na formação através de Centros de Excelência de Formação Profissional em Cabo Verde.





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