Uma em cada dez espécies de abelhas europeias selvagens enfrenta risco de extinção



A população europeia de abelhas selvagens está a diminuir drasticamente com cerca de uma em cada dez espécies em risco de extinção. A conclusão é da primeira avaliação mais completa às quase 2.000 espécies de abelhas do continente.

Adicionalmente, 5,2% das espécies de abelhas têm probabilidade de ser ameaçadas no futuro, ao passo que mais de um quarto das espécies têm probabilidades de desaparecer completamente, refere o estudo da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

As tendências populacionais para 79% das espécies polinizadoras do continente – principalmente as abelhas selvagens – ainda são desconhecidas, mas mais de um terço das populações de abelhas para as quais existem dados estão a diminuir.

“Este relatório deve ser um alerta para o desastre ecológico que ocorre nas zonas rurais europeias”, afirma Ariel Brunner, directora de políticas europeias da Birdlife, ao Guardian. “É bastante claro que as práticas agrícolas são o principal impulsionar do declínio das populações de abelhas, quer seja através do aumento do uso de pesticidas, da destruição e conversão de terrenos ou da perda natural de vegetação e de métodos agrícolas intensivos”, indica a responsável organizacional.

O estudo da UICN indica que as fontes de alimento e forragem das abelhas têm sido severamente atingidos pela produção intensiva de silagem à custa do cultivo de feno. O uso frequente de insecticidas e herbicidas reduz também a disponibilidade de flores e potencia o crescimento de pastagens, que são pobres em flores.

As alterações climáticas são também outro factor que prejudica as populações de polinizadoras. As chuvas intensas, as secas e as temperaturas mais quentes alteram e reduzem os habitats a que as espécies de abelhas se adaptaram ao longo de muitas gerações.

Das 1.965 espécies de abelhas da Europa, 9,2% estão ameaçadas de extinção, 12,6% estão estáveis e 0,7% estão a aumentar. Porém, o documento – que foi elaborado por mais de 40 peritos – está limitado pela falta de dados verificáveis, e o verdadeiro número de abelhas em risco pode ser muito maior.

“Esta avaliação é a melhor alguma vez feita até agora sobre as abelhas selvagens da Europa”, indica Jean-Christophe Vié, vice-director do Programa Global de espécies da UICN. “No entanto, o nosso conhecimento sobre estas espécies está incompleto pois confrontados com uma alarmante falta de recursos e competências”, sublinha.

Foto: Roland B43 / Creative Commons





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