Viagem do navio-escola Sagres contribui para estudo das alterações climáticas
Através do Fundo Ambiental, os Ministérios da Defesa Nacional e do Ambiente e da Ação Climática garantiram um financiamento de 200 mil euros para um projeto único que une a Marinha Portuguesa ao INESC TEC.
O projeto, de nome SAIL (Space-Atmosphere-Ocean Interactions in the marine boundary Layer), marca uma expedição que não é feita há 100 anos.
No dia 5 de Janeiro o navio-escola Sagres partiu numa viagem de circum-navegação de Fernão Magalhães, e levou consigo uma equipa de investigadores da INESC TEC. Os principais objetivos são, estudar as alterações climáticas, a eletricidade atmosférica e a saúde do oceano.
Por dia são produzidos 13GB de dados. No mastro do navio estão dois sensores que medem o campo elétrico da atmosfera de forma a ser possível prever a evolução do clima, algo que em terra é difícil devido à poeira. Susana Barbosa, líder cientifica do projeto, garante “isto vai permitir melhorar os modelos que prevêem fenómenos climáticos, como as tempestades”, porque como hoje há mais poluição o campo elétrico também difere.
Também a bordo vai um género de submarino construído pelo INESC TEC, o Towfish, que permite ver as consequências das alterações climáticas no oceano.
“O navio está a fazer um trajeto que não é o habitual e vai permitir-nos ter medidas em locais que nunca foram medidos, principalmente do hemisfério sul, grande parte da viagem é feita em mares do sul, tipicamente menos amostrados” refere a investigadora.
O SAIL vai ter uma duração de três anos, sendo que 371 dias serão só em viagem a bordo do navio. Após a viagem a equipa vai levar dois anos a organizar a informação para disponibilizar à comunidade científica.