O segundo pulmão mais importante da América do Sul está a desaparecer



A extensão da fronteira agrícola e pecuária, a caça e as alterações climáticas são factores-chave de uma situação que requer medidas urgentes. “Trata-se de uma floresta seca, e a escassez de água a torna menos atrativa. Por isso, não chama tanto a atenção do público e acaba por passar despercebida”, explica Verónica Quiroga, doutorada em Ciências Biológicas, ao site Mongabay.

Esta é uma das regiões com maior índice de desmatamento do planeta. Cerca de 80% do desmatamento na  Argentina  está concentrado em quatro províncias da região do Chaco:  Santiago del Estero, Salta, Chaco e Formosa  , onde 113 mil hectares foram perdidos no ano passado – Impenetrable é o nome histórico dado às terras semiáridas que ocupam uma vasta área do norte argentino. Trata-se de uma denominação que revela dois aspectos da região: o emaranhado de galhos e caules que formam os arbustos da vegetação rasteira e limita a possibilidade de se mover com alguma liberdade; e a escassez ou ausência de cursos de água, que impede a permanência na floresta por longos períodos de tempo.

Aqui, existem 3.400 espécies de plantas, 500 espécies de aves, 150 mamíferos, 120 répteis, 100 espécies de anfíbios e mais de quatro milhões de pessoas, das quais cerca de 8% são indígenas, e que dependem da floresta para alimentação, água, madeira e medicina. “Todos os anos há incêndios na estação seca. Mas neste ano as condições climáticas, combinadas com um grande desenvolvimento da vegetação, provocaram um incêndio incontrolável. Um total de 37 mil hectares foram queimados”, disse José Luis Cartes, diretor-executivo da Guyra Paraguay, uma organização sem fins lucrativos que trabalha com a população local para defender e proteger a biodiversidade da região.





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