Ativistas do Climáximo protestam que “não há gás limpo”
Os jovens ativistas do coletivo Climáximo estiveram este sábado no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, em protesto contra “a hipocrisia da empresa que promove o gás fóssil como um combustível limpo”.
Esta ação decorreu no contexto de uma ação de desobediência civil em massa convocada pela organização alemã Ende Gelände, contra a construção de um terminal de gás de fracking no norte da Alemanha.
Através de uma faixa e cartazes onde se podia ler frases como “EDP, damos gás ao colapso climático” e “Não há gás limpo”, os ambientalistas acusaram a empresa de greenwashing e whitewashing, e de publicitar o gás como uma solução ecológica.
“A extração e queima de gás fóssil indica-nos um e um só rumo, o do colapso climático” afirma Maria Mesquita, porta-voz da ação, acrescentado que “a EDP é a líder nacional em gás fóssil, proprietária das centrais termoeléctricas de Lares e do Ribatejo e accionista em vários projectos de extração em ex-colónias portuguesas, enquanto investe em greenwashing e whitewashing para limpar a sua imagem, por exemplo através de exposições sobre sustentabilidade aqui no MAAT”.
Em comunicado, o coletivo ativista refere ainda que “quando em Portugal, temos de cortar mais de três quartos das emissões de gases com efeito de estufa até 2030, isto implica desmantelar a indústria fóssil e assegurar a requalificação de todos os trabalhadores dependentes da mesma”.
A organização lançou recentemente um apelo ao compromisso condicional a quem está indignado pela injustiça climática, para que participe numa ação de desobediência civil em massa no outono, caso mais 350 pessoas o façam – este valor corresponde à quantidade de concentração de dióxido de carbono (CO2) em partes por milhão, que seria seguro para a vida na Terra, bem como o recorde de pessoas mobilizadas em ações de desobediência civil pela justiça climática em Portugal.