Governo autoriza Eletricidade de Moçambique a adquirir 70% de nova hidroelétrica



O Governo moçambicano aprovou uma resolução que autoriza a empresa pública Eletricidade de Moçambique a adquirir 70% da Hidroelétrica de Mphanda Nkuwa, orçada em 4,5 mil milhões de euros, avançou ontem fonte oficial.

“Este é o primeiro passo, em que se autoriza a EDM a adquirir as participações dos outros acionistas, e todos os outros passos vão ocorrer posteriormente”, declarou Filimão Suaze, porta-voz do Conselho de Ministros, em declarações à comunicação social após a 27.ª sessão ordinária órgão, em Maputo.

Espera-se que as garantias de financiamento para construir em Moçambique da Hidroelétrica de Mphanda Nkuwa, orçada em 4,5 mil milhões de euros, estejam asseguradas até ao final deste ano, disse diretor do gabinete do projeto, Carlos Yum, numa declaração à comunicação social maio, em Maputo.

“Neste momento, estamos a tratar de matérias específicas das manifestações de interesse de financiamento ao projeto. Podemos dizer que as coisas estão a correr bem”, afirmou Yum, em declarações aos jornalistas, à margem de uma palestra com estudantes da Universidade Pedagógica.

Na altura, Carlos Yum afirmou que do valor total de cinco mil milhões de dólares (4,5 mil milhões de euros) necessários para a construção da infraestrutura, 1,3 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros) serão desembolsados pelo consórcio que vai gerir o empreendimento e o remanescente por instituições financeiras que vão assegurar o “fecho financeiro”, até finais deste ano.

“A dimensão do projeto requer instituições com capacidade financeira”, acrescentou, na altura, Carlos Yum.

O plano do Governo prevê que a hidroelétrica demore cinco anos a ser construída, esperando-se que a infraestrutura comece a operar em 2031.

O empreendimento será composto por uma central hidroelétrica com capacidade de produção de 1.500 MegaWatts (MW) e por uma linha de transporte de alta tensão com 1.350 a 1.400 quilómetros, que vai sair de Tete, no centro de Moçambique, até Maputo, no sul.

“É um empreendimento crítico para a estratégia de transição energética”, tendo em conta que a hidroelétrica será alimentada por uma fonte renovável, que é a água, acrescentava Yum, na altura.

O diretor do gabinete do projeto assinalou que a construção da infraestrutura tem acauteladas as dimensões da sustentabilidade ambiental, social, económica e financeira, com base na interação com todas as partes relevantes, incluindo as comunidades da região onde o empreendimento será construído.

Carlos Yum reagia assim à contestação por parte de algumas organizações ambientais à Hidroelétrica de Mphanda Nkuwa, que será edificada a 61 quilómetros a jusante da Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), construída ainda no tempo colonial em Moçambique.

Mesmo com a entrada em funcionamento de Mpanda Nkua, a HCB continuará a ser a maior do país, com capacidade de produção atual de 2.075 MW.

Em dezembro, o Governo moçambicano e um consórcio liderado pela Eletricidade de França (EDF) assinaram acordos para a implementação do Projeto Hidroelétrico de Mphanda Nkua.

Além da EDF, o consórcio internacional é constituído pela petrolífera francesa TotalEnergies e pela japonesa Sumitomo Corporation, que detinham, conjuntamente, 70% da hidroelétrica.

Em representação do Estado moçambicano, detinham os restantes 30% a Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB) e a Eletricidade de Moçambique (EDM).





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