Aracnídeos evoluíram no mar, e não em terra como se pensava

Os aracnídeos, grupo de artrópodes que inclui aranhas, escorpiões e ácaros, surgiram no mar há cerca de 500 milhões de anos, e não em terra.
Quem o sugere são três cientistas dos Estados Unidos da América e do Reino Unido que, num artigo publicado na revista ‘Current Biology’, argumentam que um pequeno fóssil de um animal que viveu no Período Câmbrico, de nome Mollisonia symmetrica, deve mudar a forma como a Ciência olha para a história evolutiva dos aracnídeos.
Até agora, pensava-se que o Mollisonia era um membro ancestral de um grupo de artrópodes que inclui os antepassados dos límulos (ou caranguejos-ferradura). Contudo, ao analisarem o fóssil, os investigados perceberam que a estrutura neuronal do Mollissonia está, afinal, organizada da mesma forma que a das aranhas modernas.
Através de um exame mais profundo desse animal fossilizado, a equipa concluiu que se trata, de facto, de um aracnídeo, pelo que, sustenta, esse grupo de artrópodes de oito patas surgiu ainda no mar e não somente depois de os seus antepassados terem conquistado o mundo terrestre.
Os investigadores confirmam que as semelhanças entre os cérebros do Mollissonia e dos aracnídeos modernos não são fruto de evolução convergente, mas sim que a linhagem do Mollissonia deu origem aos aracnídeos que hoje conhecemos.