EUA: fertilização in vitro responsável por 1 milhão de gémeos

Desde 1915 – quando os dados da natalidade começaram a ser monitorizados nos Estados Unidos – até 1980, um em cada 50 bebés nascidos tinha um gémeo, o que correspondia a uma taxa de 2%.

Posteriormente, a taxa começou a aumentar: em 1995 era de 2,5%. Em 2001, ultrapassou os 3% e em 2010 alcançou os 3,3%. Actualmente, um em cada 30 bebés que nascem tem um gémeo. A taxa corresponde a muitos gémeos adicionais desde 1980, mas quantos?

Quando o Centro de Controlo de Doenças norte-americano calculou o número em 2009, concluiu que existiam 865 mil gémeos a mais. Os cálculos foram refeitos com os dados disponíveis até 2012 e chegou-se à conclusão de que existem 1.009.337 gémeos a mais que em 1980.

Há alguns anos, os investigadores do Centro de Controlo de Doenças analisaram o fenómeno. As gravidezes múltiplas têm um “impacto desfavorável sobre os principais indicadores da saúde perinatal, como as taxas de nascimentos prematuros e abaixo do peso”, concluíram os investigadores, refere o Quartz. Face às conclusões, os investigadores quiseram saber o que é que estava a causar o aumento do nascimento de gémeos.

Entra as várias conclusões que alcançaram com uma investigação mais profunda foi que as mulheres mais velhas tendem a ter mais gémeos que as mulheres mais jovens e também mais filhos, no geral. Este fenómeno demográfico era então responsável por um terço do aumento dos gémeos.

Os investigadores atribuíram o restante aumento aos tratamentos de fertilidade, especialmente a fertilização in vitro e aos medicamentos que estimulam a ovulação. O aumento da taxa de nascimentos de gémeos parece estar, no entanto, a estabilizar. Tal deve-se em parte a alterações nos procedimentos das tecnologias de reprodução assistida.

Por exemplo, o número de embriões implantados no processo de fertilização in vitro tem uma relação directa com o número de nascimentos múltiplos. Assim, implantar dois ou mais embriões aumenta a probabilidade de pelo menos um ser bem-sucedido e se desenvolver. Porém, aumenta também o risco de gravidezes múltiplas. Anteriormente, o número de embriões implantados era superior – o que estimulou o aumento dos nascimentos de gémeos.

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