Amb3E colabora com Interpol no combate ao comércio ilegal de lixo electrónico



A Amb3E (Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos) está a colaborar num projecto internacional de combate ao comércio ilegal de lixo electrónico coordenado pela Interpol – Countering WEEE Illegal Trade (CWIT). Esta colaboração está a ser feita através do WEEE Forum, uma plataforma europeia de cooperação e debate constituída por 39 sistemas de gestão de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos (REEE).

Lançado por um consórcio internacional de sete organizações, o projecto irá disponibilizar uma série de recomendações para a Comissão Europeia e as autoridades legais, que as deverá auxiliar a combater o comércio ilegal de REEE. Fundado pelo 7º Programa-Quadro da União Europeia, este projecto de investigação em segurança tem a duração de dois anos e reúne peritos das áreas de gestão de REEE, investigação criminal, segurança da cadeia logística e gestão de bases de dados.

Dentro deste projecto, a Amb3E será responsável por fornecer informações essenciais sobre a realidade portuguesa, como dados quantitativos sobre recolhas de REEE; bem como identificar os stakeholders envolvidos na indústria dos REEE, em Portugal, e os mecanismos que reforçam o correcto encaminhamento destes resíduos para os canais formais.

Apenas cerca de três milhões de toneladas, de um total estimado em 8 milhões de REEE, foram oficialmente recolhidas, tratadas e reportadas às autoridades europeias em 2010. Este lixo electrónico contém materiais como ouro, cobre e paládio, o que o torna muito valioso no mercado negro, atraindo grupos de crime organizado, para além de operadores ilegais individuais.

Contudo, estes resíduos contêm também substâncias nocivas como o mercúrio e o cádmio. Por isso, o desmantelamento ilegal de REEE, muitas vezes realizado em países mais pobres, leva a problemas enormes em termos de saúde pública e poluição ambiental. Por outro lado, a União Europeia está a perder uma vasta quantidade de terras raras (17 minérios fundamentais para o fabrico de produtos tecnológicos de última geração) e outros minerais importantes por causa destas actividades ilegais em crescimento, taxas de cumprimento baixas e actividades de fiscalização limitadas.

“O projecto CWIT foi lançado para identificar as lacunas em termos de políticas, regulação, e procedimentos e para sugerir melhorias tangíveis Estas são questões de vital importância e necessitam de uma maior atenção e fiscalização no contexto internacional”, explicou em comunicado o director-geral da Amb3E, Jorge Vicente.

O consórcio CWIT é composto por parceiros que têm uma vasta experiência na área dos REEE, na investigação criminal e na gestão de bases de dados: a Interpol, o WEEE Forum, a Universidade das Nações Unidas (UNU), Zanasi & Partners (Z&P), Compliance and Risks (C2P), a Cross-Border Research Association (CBRA) e o Instituto de Investigação Inter-regional de Crime e Justiça das Nações Unidas (UNICRI).

Foto:  Inf-Lite Teacher / Creative Commons





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