Áreas da Amazónia estão a tornar-se pradarias
É sabido que a floresta amazónica é um dos maiores e mais diversos ecossistemas do mundo. Mas, até aqui, julgava-se que o seu aspecto mudaria para o de uma pastagem apenas quando uma área de árvores decaísse para 40% ou 50% do seu tamanho original. Porém, um novo estudo vem mostrar que a transformação da floresta pode ocorrer perante uma redução de apenas 10% das árvores.
De acordo com a nova informação publicada na revista Geophysical Research Letters, proteger os habitats é importante não só para a saúde geral da floresta, como também para a sua própria existência. Isto porque, afinal, as pastagens substituem uma floresta quando é perdido um número de árvores suficiente para mudar a evapotranspiração e a convergência atmosférica afecta as chuvas. Menos árvores é sinónimo de florestas onde menos plantas são atingidas pelas chuvas, transformando-se eventualmente em savanas e perpetuando o seu declínio geral.
Segundo o Inhabitat, os autores do estudo descobriram que determinadas regiões da Amazónia reagem de forma diferente a variações na precipitação. Em algumas zonas é necessária uma mudança dramática nas chuvas para converter as árvores mais altas em relva; noutras zonas essa necessidade é muito menor.
As conclusões mostram que, em geral, a sensibilidade da floresta a uma mudança de equilíbrio é muito maior do que se acreditava anteriormente. Portanto, de modo a preservar a maior quantidade possível de habitat, os autores afirmam que 90% da floresta existente e 40% das pastagens próximas devem ser preservadas.
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