Aterro de Coimbra atinge capacidade máxima em setembro

O aterro de Coimbra vai atingir a sua capacidade máxima em setembro, mas estão a ser estudadas soluções de engenharia para aumentar a sua capacidade, segundo conclusões do grupo de trabalho para os resíduos criado pelo Governo.
As conclusões do grupo de trabalho para os resíduos foram hoje abordadas no conselho intermunicipal da Região de Coimbra, apontando para vários problemas e desafios no território.
De acordo com o documento partilhado no conselho intermunicipal, que decorreu hoje, em Montemor-o-Velho, o aterro de Coimbra atinge a sua capacidade máxima em setembro, mas o secretário-executivo da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIMRC), Jorge Brito, disse que estão a ser estudadas “soluções de engenharia para aumentar a sua capacidade”.
O grupo de trabalho aponta para outros desafios, além do esgotamento da capacidade de aterros, como a necessidade de desvio de resíduos de aterro e a implementação de sistemas de PAYT (Pay-as-you-throw – sistema de tarifa que é indexada ao número de sacos e resíduos criados por cada cidadão).
Nas soluções apontadas, o grupo de trabalho propõe uma reengenharia no aterro de Coimbra, assim como o estudo de construção de uma central de valorização energética na região Centro, nomeadamente no Planalto Beirão (associação de resíduos que agrega vários municípios dos distritos de Coimbra, Viseu e Guarda), que possa servir Coimbra, Aveiro, Viseu, Castelo Branco e Guarda.
O grupo propõe ainda a modernização de centrais de triagem e de valorização orgânica, a expansão da recolha seletiva a todos os municípios e implementação de sistemas de recolha de biorresíduos, entre outras medidas.
Segundo o documento hoje apresentado no conselho intermunicipal, as necessidades da Região de Coimbra no que toca a resíduos são de cerca de 114 milhões de euros de investimentos.
Na mesma reunião, a CIMRC voltou a protestar o relatório e contas de 2024 e a decisão da ERSUC – Resíduos Sólidos do Centro de distribuir dividendos, que serão de cerca de 100 mil euros.
“O nosso repúdio mais uma vez, por mais uma vez haver esta distribuição de dividendos, por falta de investimento, por falta de estratégia, com contas no limite e em que os acionistas não são ouvidos para o que quer que seja”, afirmou o presidente da CIMRC, Emílio Torrão.
Apesar de vários municípios serem associados da ERSUC, a empresa é detida maioritariamente pelo grupo Mota-Engil.
A ERSUC é responsável por assegurar o tratamento de resíduos de 36 municípios do Litoral Centro, abrangendo quase um milhão de habitantes.
A atuação da ERSUC tem sido criticada por vários municípios, assim como pela CIMRC, que já pediu uma fiscalização daquela entidade.