Banca angolana deve integrar riscos financeiros ligados a alterações climáticas
O secretário de Estado para o Ambiente angolano instou ontem as instituições financeiras do país a integrarem os riscos financeiros decorrentes das alterações climáticas nos modelos de concessão de crédito.
Yuri de Sousa Santos, que procedeu à abertura da II conferência de Sustentabilidade na Banca, promovida pela Associação Angolana de Bancos (Abanc), apelou igualmente à criação de produtos financeiros inovadores, como empréstimos verdes, títulos sustentáveis e investimentos em energias renováveis, que incentivem a sustentabilidade.
“Além dos riscos, os esforços para mitigar e adaptar-se às alterações climáticas, são uma fonte de oportunidades”, disse o governante angolano, salientando que a adoção de fontes de energia de baixo carbono, o desempenho de novos produtos e serviços, como o acesso aos novos mercados, são algumas das vantagens que a agenda de sustentabilidade pode oferecer.
O governante angolano destacou o papel crucial das instituições financeiras no processo de transformação, promovendo a educação sobre riscos climáticos, colaborando com as organizações, partilhando dados e desenvolvendo soluções inovadoras.
“Quero reiterar a importância dos nossos esforços coletivos. Por um lado, o compromisso do sistema financeiro angolano, na responsabilidade em promover práticas bancárias que tragam lucros e, por outro lado, que protejam o ambiente, apoiem a transição energética, na redução da dependência do setor petrolífero e tragam fundamentalmente benefício à sociedade”, disse.
Por sua vez, o presidente da Abanc, Mário Nascimento, referiu que o tema do ESG (Enviromental, Social and Governance) tem cada vez mais ganhado relevância no setor financeiro, sendo que o conceito representa uma mudança fundamental na forma como as instituições financeiras operam.
Segundo Mário Nascimento, as instituições bancárias têm um papel crucial a desempenhar na promoção de práticas sustentáveis, o que inclui financiamentos e projetos que promovam energia limpa, a conservação de recursos naturais e a redução de emissões de carbono, além da responsabilidade de evitar financiamento de atividades que possam causar danos ambientais significativos.
Mário Nascimento afirmou que a Abanc constituiu recentemente um grupo de trabalho, com foco específico sobre a temática ESG e a sustentabilidade, para executar a sua agenda estratégica, visando atingir marcos importantes nos próximos dois ou três anos.
Promover o alinhamento com os padrões globais de finanças sustentáveis, fomentar a inovação e a eficiência operacional das práticas bancárias e facilitar alianças estratégicas para a banca e seus associados são os propósitos da Abanc para os próximos anos, disse.