“Charco” ganha nova vida no futuro Museu da Água e Resíduos, em Sintra



O “Charco” do Espaço SMAS da Ribeira de Sintra (futuro Museu da Água e Resíduos) está de cara renovada. Após uma intervenção do artista Tiago Hacke, o muro adjacente ao charco, um ecossistema com reduzida intervenção humana, apresenta as espécies que podem ser vistas no local: Tritão marmoreado, barqueiro, rã verde e libélula imperador-azul. A estes animais em estado adulto juntam-se, ainda, algumas larvas e um girino. Uma pintura mural que confere uma nova atratividade para o visitante, sublinha o SMAS de Sintra, em comunicado.

Segundo a mesma fonte, “assumindo-se como um espaço autossustentável, com água proveniente da mina existente, a colonização do ‘Charco’ tem ocorrido de forma natural, com animais e plantas a aparecerem de forma gradual. Considerando que se pretende que a memória do espaço não seja esquecida no tempo, os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS de Sintra) decidiram integrar o ‘Charco’ no futuro MAR, que será criado ainda este ano, por constituir uma mais-valia para um projeto que se pretende afirmar como um polo de excelência ao nível da educação e sensibilização ambiental e da divulgação científica-tecnológica, no âmbito do ciclo urbano da água e dos resíduos”.

Como o muro envolvente do “Charco” se encontrava degradado, os SMAS de Sintra lançaram o desafio a Tiago Hacke, que recentemente se especializou em ilustração científica na Universidade de Aveiro, para dar uma nova vida àquele local. Licenciado em Belas Artes Pintura, em Manchester (Reino Unido), e com o mestrado em Belas Artes, pela École Nationale Supérieure de Paris, Tiago Hacke considera que esta pintura mural “é como uma continuidade da vegetação e da paisagem e coloca em ênfase as espécies”, que confere uma sensação de ampliação do ecossistema já existente. “Integrar e ampliar o espaço” são, assim, algumas das ideias chave deste mural.

Tiago Hacke, que se considera “um muralista da biodiversidade”, não esconde que este mural constitui “um trabalho notório na carreira de qualquer artista”, por se tratar de algo permanente em vez de uma mera exposição, e, ainda por cima, no embrião do futuro Museu da Água e Resíduos. O cariz duradouro das suas pinturas “é, aliás, uma imagem de marca, por se tratarem de projetos de arte urbana que visam ser marcantes no espaço público”. No seu caso, destaca-se a intervenção em torno da biodiversidade no Estuário do Tejo, na Praça das Portagens da Ponte 25 de Abril, e a pintura de espécies autóctones nas 52 tampas de escoamento pluvial do Trilho das Vinhas, em Cascais.

Apesar de reconhecer alguma dificuldade na execução, até porque “é sempre necessário fazer uma adaptação da teoria à prática: do projeto à parede”, o artista confessa o seu entusiasmo por retratar espécies como o tritão marmoreado, “uma das preferidas, especialmente quando tem a crista em cima, porque está em época de reprodução”, mas também a libélula imperador azul, “que parece um louva-a-deus”, e um barqueiro, “um inseto curioso que parece uma mosca aquática”, para além da rã verde.

O “Charco” do Espaço SMAS da Ribeira de Sintra ganhou, assim, nova vida, já a pensar na criação do MAR, que será uma realidade ainda este ano, assumindo-se como um importante polo de educação e sensibilização ambiental e de divulgação científica e tecnológica, na área do ciclo urbano da água e resíduos, sensibilizando a comunidade em geral para os valores da defesa do património ambiental.

 

 





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...