Darwin estava errado acerca da evolução dos corais



Charles Darwin desencadeou mais do que uma controvérsia ao elaborar a sua evolução natural das espécies. Um desses casos envolveu os atóis de coral – recifes de coral em forma de anel que circundam as ilhas tropicais submersas.

Os recifes de coral são enormes colónias de animais minúsculos que precisam de luz solar para crescer. Depois de ver um recife que rodeia Moorea, perto do Tahiti, Darwin avançou com a teoria de que os atóis crescem à medida que se estendem em direcção à luz solar, enquanto as ilhas oceânicas se afundam lentamente abaixo da superfície do mar.

A teoria foi publicada em 1842, mas alguns cientistas defenderam que os atóis eram simplesmente uma fina camada de coral, ao contrário dos muitos milhares de metros de espessura que Darwin propôs. Profundações profundas feitas nos recifes vieram finalmente, em 1953, confirmar o modelo de Darwin.

Mas o processo de formação dos atóis é mais complexo do que ele julgava, segundo um novo estudo publicado no início deste mês na revista Geology. Um modelo de computador descobriu que as oscilações do nível do mar são a principal força motriz por detrás dos padrões vistos hoje nas ilhas.

Tomemos o Havai como exemplo. Aí, os corais crescem lentamente, porque o oceano é mais frio do que nos trópicos. Quando o mar está no seu nível mais baixo, a Big Island deixa a descoberto uma parte do recife. Mas este vulcão – uma das montanhas mais altas do mundo, se medida a partir do fundo mar – está rapidamente a afundar. E o nível do mar está a aumentar rapidamente com o degelo. Ou seja, os corais do Havai simplesmente estão a deixar de submergir – eles afogam-se mais cada vez que o nível das águas sobe.

“Podemos explicar muita da variedade que se vê [nos atóis] apenas através da combinação destes diversos factores – o afundamento de ilhas, o crescimento de recifes e os últimos milhões de anos em que o nível do mar subiu e desceu dramaticamente”, disse Taylor Perron, co-autor do estudo e geólogo do MIT.

De acordo com o Huffington Post, este novo modelo de computador consegue compreender as ocorrências numa série de recifes de coral em ilhas por todo o mundo – algo que o modelo de Darwin não consegue explicar.

Os investigadores também descobriram que um dos poucos lugares no mundo onde o afundamento de ilhas e o nível do mar criam atóis perfeitos é o Arquipélago da Sociedade, onde Darwin fez as suas observações históricas.

Foto: Sob licença Creative Commons





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