Estudante da Universidade de Aveiro desenha microcarro eléctrico para as cidades



O estudante do Mestrado em Engenharia e Design de Produto da Universidade de Aveiro, Emanuel Oliveira, desenhou um microcarro que pode, na sua opinião, concorrer com os carros eléctricos. Inspirado nas estruturas naturais, o E01 pode “valorizar a percepção dos microcarros” e tem um exterior composto por um elemento único – como os crustáceos. Assim, é a carroçaria e o chassi que envolvem e sustentam todo o interior do veículo.

Com capacidade para quatro pessoas e preparado para ser produzido com o mínimo de material possível para o máximo de rigidez estrutural, o carro foi desenhado o resultado da tese de mestrado em Engenharia e Design de Produto. “[Nos métodos aplicados actualmente pela indústria automóvel], “a componente estrutural encontra-se absorvida por elementos que a disfarçam ou a ocultam e cuja complexidade de montagem se reflecte nos custos de produção”, explica o responsável.

Paralelamente, e “fruto da análise da evolução histórica desta tipologia de veículos e do mundo envolvente, são facilmente detectados alguns indícios de mudança na forma de se conceberem as estruturas, como por exemplo nas obras arquitectónicas de Zaha Hadid, ou nos produtos desenvolvidos por Ross Lovegrouve”.

Com quase 2,5 metros de comprimento por 1,60 de altura, o E01 contraria a tendência dos carros com estas dimensões que o mercado já tem à disposição e que são pautados, na generalidade, por formas bastante regulares e rectilíneas. “Desde a possibilidade de transportar quatro pessoas ao rebatimento dos bancos traseiros, permitindo o aumento do espaço destinado ao acondicionamento de carga, todos os aspectos foram pensados para se criar um veículo de carácter utilitário urbano para utilizações em curtas e médias distâncias”, esclarece Emanuel Oliveira.

“Em termos estéticos, a proposta revela-se diferenciada da concorrência dada a sua simplicidade formal, a sensação de segurança e as amplas superfícies vidradas, que modificam por completo não só o aspeto, como ainda o ambiente no interior do veículo”, garante Emanuel Oliveira.

Olhos postos na indústria

Segundo o autor do projecto, o E01 concorre com o Smart Fortwo, o Renault Twizy e os próprios microcarros que, segundo ele, são mais informalmente conhecidos como “papa-reformas”. No entanto, garante, “todos apresentam falhas”. “Ora pelo elevado preço, ora por razões de segurança e versatilidade de uso, ou até mesmo questões estéticas, sendo também estes alguns dos pontos onde se encontraram as oportunidades [para o desenvolvimento do projecto do E01]”, garantiu.

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Emanuel Oliveira, o criador do E01

 

Um dos objectivos a longo prazo, assim, é viabilizar o produto. Segundo Emanuel Oliveira, Portugal tem vários clusters tecnológicos dedicados, entre outros aspectos automobilísticos, à produção de componentes para veículos, e que podem convergir para a produção do veículo.

“Obviamente que, no caso do nosso país se querer afirmar nesta indústria altamente competitiva, terá de potenciar a investigação e o desenvolvimento técnico e tecnológico para se colocar um passo à frente”, aponta. Portanto, “será necessário investimento financeiro, sendo que o know how está assegurado não só por esta investigação, bem como por outras de diversas áreas dentro deste tema, e ainda pelos profissionais que integram esta indústria, pretendendo esta investigação dar algum contributo adicional”.

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