Florestas têm papel crítico na atenuação das mudanças climáticas
A Aliança Clima e Uso da Terra disponibilizou uma declaração de 40 cientistas que defende a preservação, restauro e gestão sustentável das florestas como fator crítico para limitar o aumento global das temperaturas e mantê-las dentro do limite de 1,5ºC.
Esta declaração surge na sequência do relatório do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) da ONU sobre mudanças climáticas. Os cientistas apontam cinco razões principais para proteger as florestas.
Em primeiro lugar, as florestas do mundo “contêm mais carbono que os depósitos de petróleo, gás e carvão”, pelo que é tão ou mais urgente parar com a desflorestação quanto parar o consumo de combustíveis fósseis. Os cientistas indicam que as florestas do mundo contêm três mil biliões de toneladas de dióxido de carbono, um valor que a ser libertado para a atmosfera seria catastrófico.
Em segundo lugar, os cientistas destacam o papel das florestas em remover CO2 da atmosfera, o que ajuda a evitar consequências ainda piores de todo o dióxido de carbono que está a ser emitido. As florestas são responsáveis por retirar 28% do CO2 emitido anualmente, e os oceanos removem outros 25%.
Em terceiro lugar, os cientistas apontam para a necessidade de levar a cabo um grande esforço de reflorestação a nível mundial para remover o excesso de dióxido de carbono da atmosfera.
Os cientistas chamam também a atenção para o facto de a bioenergia não ser solução no seu quarto ponto. Explicam que usar madeira para produzir energia e capturar o CO2 que é, deste modo, produzido, requer tecnologia que não foi testada em larga escala.
Por fim, os cientistas indicam os serviços de regulação do clima providenciados pelas florestas tropicais do mundo, tais como regulação das chuvas locais e padrões de precipitação mundiais.