Humanos consomem drogas desde a pré-história



Ópio, cogumelos mágicos e outras substâncias psicoactivas têm sido utilizadas pelos humanos há vários séculos. Um novo estudo descobriu que os humanos cultivam e consomem drogas desde a Idade da Pedra.

Da autoria de Alisa Guerra-Doce, professora de antropologia na Universidade de Valladolid, Espanha, o estudo reúne várias provas provenientes de vários locais do mundo que comprovam que os humanos do Neolítico consumiam substâncias psicoactivas provenientes de cactos em 8600 A.C e que em 6000 A.C já cultivavam papoilas de ópio.

Segundo Guerra-Doce, as provas do cultivo de ópio foram encontradas em La Marmotta, a cerca de 32 quilómetros a noroeste de Roma, Itália, um local que foi ocupado por agricultores neolíticos por volta de 6000 A.C. No total, foram encontradas 17 provas do cultivo de ópio em locais da Suíça, Espanha e Alemanha, onde no passado viveram comunidades neolíticas. Foi também encontrada uma cápsula de papoila de ópio nos dentes de um esqueleto enterrado numa gruta perto de Albuñol, Granada, que remonta a 4000 A.C.

“Além do seu uso como planta alimentar, existem provas incontestáveis da exploração das propriedades narcóticas da papoila de ópio”, escreve a investigadora na revista científica Time and Mind, cita o Daily Mail.

Foram também encontradas provas do uso de outras plantas alucinogénias. Nas grutas do Vale Callejon de Huaylas, no Peru, foram encontradas provas, datadas entre 8600 e 5600 A.C do uso de Echinopsis pachonoi – um cacto que contem mescalina. Os arqueólogos que colaboraram no estudo encontraram também vestígios do cacto e pólen na gruta de Guitarrero, na mesma zona. Foram ainda encontradas manchas avermelhadas nos dentes de um esqueleto com 13.000 anos de uma vala comum na Gruta Duyon, na Ilha de Palawan, no sul das Filipnas, que se pensam ter sido causadas pelo consumo de folhas da planta de betel.

Guerra-Doce defende ainda que se consumia tabaco na pré-história e comprova a teoria com cachimbos que foram descobertos no noroeste da Argentina que datam de 2100 A.C. Porém, a investigadora acredita que em vez do uso recreativo – como têm actualmente – muitas destas substâncias eram utilizadas em rituais e cerimónias.

Foto: Gaëlle De Muynck-Photographie / Creative Commons





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