Lilypad, o plano B das alterações climáticas
Na Cimeira de Copenhaga, em Dezembro último, ficou bem demonstrada a revolta das pequenas ilhas, (que serão) umas das primeiras prejudicadas com o aquecimento global e consequente subida do nível dos oceanos.
Aliás, a pequena e até então desconhecida ilha de Tuvalu recebeu algumas improváveis horas de fama internacional, depois de ter acusado China e Índia de bloquearem uma proposta que obrigaria os dois países a respeitarem metas anuais de redução de CO2.
A pensar na subida das águas do mar e nos milhares de refugiados que necessitarão de ser realojados, o arquitecto belga Vincent Callebaut desenhou Lilypad (não confundir com Lilliput), uma cidade anfíbia, inspirada na Vitória Regia, uma nenúfar gigante da região amazónica. De acordo com o arquitecto, esta cidade poderá acomodar até 50 mil pessoas.
Segundo Callebut, esta será uma cidade de emissões zero, graças a tecnologias como a energia solar e eólica. Se o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) estiver certo – e os oceanos subirem de 20 a 90 centímetros durante o século XXI – contra os 10 centímetros do século XX –, então Lilypad poderá, na teoria, ser uma boa aposta para contornar esta situação. Uma aposta, leia-se, intemporal.
Tudo aponta para que, até ao final do século, o mar roube 1% de terra ao Egipto, 6% à Holanda, 17,5% ao Bangladesh e 80% ao atol de Majuro, na Oceânia.
“Tendo em conta esta crise ecológica global, esta ecopolis flutuante tem o duplo objectivo de não apenas alargar a sustentabilidade offshore de territórios dos países mais desenvolvidos, como o principado do Mónaco, como também albergar os futuros refugiados climáticos”, explica Callebut neste site.
É uma cidade verdadeiramente anfíbia – meio aquática e meio terrestre – que é capaz de envolver a biodiversidade para desenvolver a sua fauna e flora, à volta de um lago central que recolhe e purifica a água.
O programa multi-funcional é baseado em três marinas e três montanhas, dedicadas respectivamente ao trabalho, lojas e lazer. Há também casa, jardins suspensos, ruas e zonas residenciais.
O objectivo é que o ser humano e a natureza possam co-existir pacificamente.
Poderá Lilypad ser a solução eco-sustentável para os desalojados do aquecimento global? Ou é apenas ficção científica? Qualquer que seja a sua opinião, não perca este vídeo.