Londres: novo aeroporto vai ocupar ilha artificial no estuário do Tamisa



O novo projecto megalómano da Europa chama-se Britannia, está previsto para Londres e é um novo aeroporto que custará €56,5 mil milhões (R$ 175 mil milhões). Mas o mais incrível é a localização da infra-estrutura, numa ilha artificial, no estuário do Tamisa, a cerca de oitenta quilómetros da capital britânica.

O projecto é defendido por Boris Johnson, o mayor da cidade, e já é conhecido como Boris Island. Ainda que o Britannia possa criar 200 mil novos empregos, há várias vozes contra a construção da infra-estrutura: desde os gestores de Heathrow, o grande aeroporto londrino, até aos ambientalistas, que dizem – e bem – que a desnecessária construção irá destruir o estuário do rio.

Na verdade, um novo aeroporto – e com esta dimensão – levará ao encerramento de Heathrow, que emprega 76 mil pessoas. A proposta prevê que a infra-estrutura seja construída ao largo da ilha de Sheppey. “O estuário não é propriamente um espaço morto, à espera de receber construções”, criticaram vários grupos ambientalistas, citados pela imprensa britânica.

Se é verdade que Heathrow já funciona a 99% das suas capacidades, a sua expansão não é aprovada por Johnson. “[Expandir Heatrow significa] expor milhões de londrinos a níveis inaceitáveis de poluição sonora. E as novas pistas estarão obsoletas mal sejam construídas”, revelou o mayor de Londres.

O novo aeroporto terá seis pistas e estará construído em sete anos, sem ter de demolir casas ou infra-estruturas industriais. O plano será oficialmente apresentado na próxima segunda-feira.

“O projecto evita sobrevoar áreas densamente povoadas de Londres, removendo completamente o barulho e impacto sofrido por milhões de pessoas em Londres nos últimos 40 anos”, explicou uma porta-voz da Testrad, que lidera o consórcio.

O actual espao de Heathrow, de acordo com a mesma porta-voz, poderá ser transformado num novo bairro londrino, com habitação e comércio. “Em 1944, a vila de Heathrow e toda a paisagem agrícola for requisitada para uma nova pista militar. A relocalização e reciclagem do aeroporto, assim como a sua expansão até à cidade de Londres, vai permitir a transformação de hectares de cimento numa parte real da cidade, com o regresso da biodiversidade, jardins, lagos, árvores, pássaros e restante vida selvagem”, continuou a porta-voz. Os argumentos, porém, não convencem os activistas ambientais.

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