Mamíferos da Austrália estão à beira de uma “extinção calamitosa”



Investigadores da Universidade Charles Darwin, na Austrália, defendem que o país enfrentou uma “extinção calamitosa” de espécies nativas de mamíferos nos últimos 200 anos e que nenhum outro país teve uma tão grande taxa de extinções durante o mesmo período.

De acordo com os cientistas as extinções devem-se à introdução da raposa-vermelha e do gato, provenientes da Europa que, aliados a incêndios de grande escala tiveram um grande impacto no habitat destes animais.

Sendo um país desenvolvido, com uma população pequena, a vida selvagem da Austrália deveria estar relativamente segura contra ameaças como a perda de habitat, mas o novo estudo da Universidade Charles Darwin indica que a escala do problema é mais sério do que pensava.

Segundo os dados publicados na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, desde 1788, 11% das 273 espécies de mamíferos nativos do território australiano extinguiram-se, 21% estão ameaçadas e 15% estão quase ameaçadas. O problema afecta principalmente os mamíferos terrestres.

“Nenhum outro país teve uma tão grande taxa de extinções de mamíferos ao longo deste período e este número é substancialmente mais elevado que os dados anteriores”, indica John Wionarski, biólogo que liderou o estudo, à BBC.

“Outros 56 mamíferos terrestres estão agora ameaçados, o que indica que a elevada taxa de perda de biodiversidade deverá continuar a menos que alterações substanciais sejam feitas.  A extensão do problema tem sido amplamente negligenciada até recentemente, porque grande parte da perda envolve animais nocturnos, espécies pequenas e tímidas – poucos australianos conhecem estas espécies e provavelmente nunca as viram”, explica o investigador. Entre estes mamíferos encontra-se o coala.

As perspectivas de sobrevivência para estas espécies podem ser melhoradas mas “será um desafio formidável”, como sublinham os investigadores no estudo. Estima-se que existam entre 15 a 23 milhões de gatos de rua a viver no país.

Uma das formas de aumentar a biossegurança destes animais será transferi-los para ilhas do território, onde não existam gatos nem raposas.

Foto: aaardvaark / Flickr





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