México: museu subaquático tenta afastar turistas dos recifes de coral (com FOTOS)



Circular de barco em Cancun, no México, é como visitar a Disneyland aquática para adultos. Para além das imensas atracções, as visitas à zona de recifes resulta muitas vezes na quebra de pedaços de coral, no derrame de protector solar tóxico para a vida selvagem e no stress de um ecossistema delicado.

Há cinco anos, um grupo de ambientalistas e artistas, desesperados por dar algum alívio aos recifes de coral em perigo, uniu-se para criar uma alternativa de atracção para os turistas. Hoje, o museu subaquático que criaram perto do recife Manchones apresenta uma colecção de 200 magníficas estátuas com formas humanas. Tornou-se numa importante atracção turística e num novo habitat para a vida marinha local.

A ideia de criar um jardim de esculturas subaquáticas partiu de Jaime Gonzalez, director do Parque Nacional Isla Mujeres em Cancun, em 2005, depois de ver como os 87 mil turistas anuais conduziam à morte dos recifes naturais na costa de Cancun.

Uniu-se então a Jason Taylor, um escultor britânico que tinha construído algumas esculturas subaquáticas em Granada, nas Caraíbas – o seu trabalho, perto do recife Manchones, foi um sucesso. Algas e outras espécies marinhas acabaram mesmo por se fixar nas estruturas.

A instalação também tem atraído outros cientistas e artistas. Cinco escultores mexicanos contribuíram agora para a instalação em expansão e um artista dos Estados Unidos está a projectar uma escultura em ferro que, com a ajuda de corrente eléctrica, fará crescer uma bio rocha de cálcio em torno dela.

Hoje, contabilizam-se cerca de 470 estátuas por toda a cidade de Cancun, revela o Scientific American. Universidades no México estão já a estudar a forma como as algas, as poríferas e os corais colonizam as figuras, além de como isso pode afectar o Manchones.

Neste momento, ainda é difícil saber exactamente o impacto do museu nos recifes naturais. Na região em torno da instalação de Taylor em Granada, que é muito menor, o turismo disparou e cerca de metade dos turistas foram encaminhados para as estátuas. Os resultados preliminares parecem apontar para o mesmo efeito em Cancun.

O grupo ambiciona construir 10 mil estátuas no local, em 10 anos. Entre os planos, está uma exposição subaquática acerca da evolução humana, embora o projecto exija um investimento de €6 milhões (R$ 17,9 milhões). O grande objectivo é criar uma grande atracção ao turismo que permita, um dia, encerrar totalmente o acesso aos recifes naturais.





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