MOBI.E inaugura corredor de mobilidade elétrica que liga Portugal a França



Quem disse que os carros elétricos não vão longe? A nova aposta da MOBI.E quer retratar precisamente isso, a facilidade com que um veículo elétrico pode chegar a destinos longínquos, confiando na rede de postos de carregamento que encontra ao longo do seu percurso na Península Ibérica.

Os veículos elétricos fazem cada vez mais parte da mobilidade do futuro, e não são restritamente soluções de deslocamento nas zonas urbanas.

O novo corredor ibérico de mobilidade elétrica que vai ligar Portugal a França, mais propriamente as cidades de Lisboa e Irún, foi esta terça-feira inaugurado pela MOBI.E, em parceria com a Galp, a CEiiA e alguns parceiros espanhóis como a Renault e a Endesa.

A iniciativa surge no âmbito do projeto europeu CIRVE_PT, que tem como objetivo reforçar a rede de carregamento de veículos elétricos, bem como “a sua interoperabilidade de e para a Península Ibérica”.

O projeto integra a rede de postos de carregamento MOBI.E, demonstrando a nível europeu e ibérico as mais valias do modelo nacional, onde existe uma integração de todas as redes, o que promove a adesão a este tipo de mobilidade sustentável. Na prática, este vai permitir que os utilizadores possam carregar as suas viaturas com o contrato nacional habitual, em vários postos de carregamento em Espanha.

O percurso da nova road trip passa por Lisboa, Alcochete, Badajoz, Navalmoral, Madrid, Burgos, Vitória, Eibar e Irún. Em junho de 2022, prevê-se a instalação de 58 postos de carregamento – 18 infraestruturas de carregamento rápido em Portugal no corredor da rede Central Atlântica e 40 pontos de carregamento em Espanha no Corredor Atlântico e Mediterrâneo.
Na abertura do evento, Luís Barroso, Presidente da MOBI.E, afirma que existe atualmente uma “rede com mais de 1400 postos de carregamento ligada entre si, com soluções inovadoras de mobilidade e de pagamento”. Refere também que o projeto tem um investimento de 1,5 milhões de euros, permitindo ligar a rede MOBI.E ao resto da Europa. A nível nacional, este conta “com a extensão de 18 postos de carregamento nas principais áreas de acesso a Espanha”, integrando a A1, A25, A2, A12 e A6. E embora as infraestruturas de carregamento sejam suficientes para a procura, o Presidente acredita que isso não chega. “É necessário agora fazer crescer o lado da procura para que a oferta também contribua a um ritmo de crescimento. Só este ano já instalámos 80% do volume de postos que foram instalados em todo o ano passado”. Luís Barroso conclui dizendo que “Portugal está de parabéns, os números assim o demonstram”, referindo-se a um estudo europeu que coloca o país em 4º lugar em termos de número de postos de carregamento por cada 100 quilómetros.

Em nome da Galp, parceira do projeto, João Diogo Marques da Silva, responsável do B2C Ibérico da Galp, relembra que a empresa tem tido ao longo da sua história duas prioridades fundamentais, “introduzir formas de energia cada vez mais competitivas e eficientes”, e de “conseguir antecipar um conjunto de evoluções e necessidades dos nossos clientes e dos nossos consumidores particulares – empresas”, linhas de ação que considera evidentes quando se fala de mobilidade.

À Green Savers, o responsável do B2C Ibérico da Galp, revela ainda que a empresa planeia terminar o ano com cerca de mil pontos de carregamento, e que até 2025, este número deve chegar aos 10 mil. “Era indispensável a Galp estar nesta transição energética” não só relativamente à mobilidade elétrica, mas também nas energias renovais, que o próprio considera serem “uma alternativa muito mais ligada aos objetivos e a proteção das gerações futuras”.

Por sua vez, Miguel Sá Pinto, Head of Investors Relations do CEiiA, refere que o Centro “tem vindo a aplicar as suas melhores praticas e vasto conhecimento nas metodologias no teste e validação das infraestruturas de carregamento rápido. O CEiiA implementou uma ferramenta, um observatório da mobilidade elétrica para monitorizar, analisar e reportar os dados recolhidos nos carregamentos rápidos.” Esclarece, em conclusão, que o CEiiA “tem muito orgulho em participar neste projeto cívico e em fazer parte desta equipa”, que contribui para “um lugar sustentável nas cidades europeias mas também para a criação de corredores rodoviários e ligação intermunicipal de zero emissões”.

Miguel Gaspar, Vereador da Mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa, explica que “a cidade de Lisboa está neste momento a rever o seu plano de ação climática, a rever as metas ambiciosas que temos para 2030. nós tínhamos o objetivo de reduzir as emissões de GEE de 60% até 2030 e estamos a rever em alta esse objetivo para 70%”, devido à necessidade de “acelerar a nossa ambição no combate às alterações climáticas e de fazer mais”. “Se olharmos para as fontes de emissões numa cidade como Lisboa, cerca de 42% das emissões vem da mobilidade, logo não há descarbonização sem descarbonização da mobilidade”, sublinha. A capital tem atualmente 750 pontos de carregamento e ambiciona chegar aos 2 mil nos próximos quatro anos.

Para terminar, Eduardo Pinheiro, Secretário de Estado da Mobilidade, deixa o seu testemunho, garantindo que a mobilidade elétrica “já não é uma oportunidade é uma obrigação relativamente ao futuro”. “Até ao final teremos todo o território nacional garantidamente com postos de carregando acessíveis, queremos aumentar a densidade destes mesmos postos, também para dar a garantia e a confiança aos potenciais clientes e aqueles que já são”, conclui.





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