Próximo habitat humano poderá ser debaixo de água
Planetas com alta obliquidade – ou seja, com um eixo de rotação extremamente inclinado em relação à sua estrela – são tipicamente considerados locais inóspitos para albergar qualquer forma de vida, onde as temperaturas oscilam entre o ponto de ebulição e de solidificação.
Porém, os investigadores do MIT consideram que a vida aquática pode prosperar neste tipo de planetas. Esta é uma das conclusões de um estudo do Departamento de Física e Ciências Terrestres e Planetárias do MIT, publicada na revista cientifica Icarus.
Está cientificamente convencionado que quanto mais extrema é a inclinação de um planeta, menos condições favoráveis à vida hipoteticamente terá. Com um eixo extremamente inclinado, o pólo norte desse planeta experienciaria a luz do dia durante seis meses, seguido de outro meio ano de completa escuridão.
“A expectativa é que tal planeta não seria habitável: basicamente iria ferver e congelar, o que não é bom para a vida”, indica David Ferreira, co-autor do estudo. Porém, os cientistas do MIT descobriram que planetas com alta obliquidade podem albergar vida, desde que estejam completamente cobertos por oceanos. Inclusive, um oceano com apenas uma profundidade de 50 metros seria suficiente para manter um planeta com um eixo relativamente inclinado a temperaturas confortáveis, escreve o MIT News.
“Concluímos que o oceano consegue armazenar calor durante o verão e dissipá-lo no inverno, portanto o clima seria bastante ameno”, acrescenta o investigador que agora é professor na Universidade de Reading.
Os investigadores utilizaram um modelo desenvolvido pelo MIT para simular um planeta aquático de alta obliquidade, com um tamanho semelhante ao da Terra e com uma distância semelhante ao Sol, coberto inteiramente por água.
Foto: Pilottage / Creative Commons