Rolha a Rolha semeia a recolha na Maia e em Vila do Conde. Mais de 1500 árvores plantadas
Depois de sensibilizados para a necessidade da reciclagem das rolhas de cortiça, restaurantes, hotéis, cafés e padarias dos municípios da Maia, Maiambiente e de Vila do Conde “deram o seu importante contributo para o projeto Rolha a Rolha Semeie a Recolha, entregando 360 kg de rolha de cortiça para reciclagem, convertendo para a plantação de 1541 árvores plantadas”, informou a Lipor, em comunicado.
Segundo a mesma fonte, até ao momento, no município da Maia, participaram 75 estabelecimentos, angariando cerca de 137 kg de rolhas, que foram convertidas em cerca de 550 árvores plantadas numa área de cerca de 1 ha.
No Município de Vila do Conde, “fruto do contributo dos 55 estabelecimentos aderentes, foram recolhidos 223 kg de rolhas de cortiça, revertendo em 991 árvores autóctones numa área prevista de plantação de cerca de 1,5 há”, acrescenta.
Assim, nos dias 17 e 27 de fevereiro, na Maia e em Vila do Conde, respetivamente, “focados na recuperação da biodiversidade e no restabelecimento das funções ecológicas, foram plantadas árvores autóctones, tais como, Fraxinus angustifolia (freixo), medronheiros, loureiros, azevinhos, Celtis australis (lodão-bastardo), Cupressus lusitanica (cipreste-do-buçaco), Cupressus sempervirens (cipreste-comum), entre outras, onde a comunidade foi envolvida e mobilizada, mostrando uma atitude cívica e ecológica em defesa da conservação da Natureza”, explica o comunicado.
Em termos práticos, a plantação da Maia “representa a produção de 3 toneladas de oxigénio, permitindo que cerca de 3422 pessoas respirem o dia inteiro, pois armazena cerca de uma tonelada de carbono, o que é equivalente ao efeito do arrefecimento de 5 aparelhos de ar condicionado a funcionar durante 458 dias”. No caso de Vila do Conde, as 991 árvores plantadas “têm o potencial de produzir cerca de 6 toneladas de oxigénio, possibilitando que 6160 pessoas respirem o dia inteiro, já que armazena 2 toneladas de carbono, representando, em termos práticos, cerca de 13 milhas de viagem de um voo comercial, ou até ao arrefecimento de 5 aparelhos de ar condicionado durante 825 dias! Estes dados produção de oxigénio e retenção de CO2 representam o potencial inicial desta plantação”.
O projeto, desenvolvido pela Quercus, a LIPOR e os seus Municípios Associados com o objetivo de incentivar a reciclagem da cortiça, “visa contribuir para a reflorestação em Portugal, já que por cada 50 rolhas recolhidas, irá ser plantada uma árvore autóctone, em parceria com a BA Vidro, Amorim e Extruplás”.
A criação deste novo canal de recolha de rolhas de cortiça no âmbito do Green Cork (projeto criado em 2008 pela Quercus em parceria com a Corticeira Amorim e o Continente e que já permitiu a recolha de cerca de 98 milhões de rolhas) irá “permitir encaminhar as rolhas de cortiça para reciclagem”, revela a mesma fonte.
O comunicado conclui que este projeto piloto tem como objetivos “promover a reciclagem da cortiça, contribuir para a reflorestação em Portugal e permitirá aos estabelecimentos aderentes e aos respetivos clientes, contribuírem para o combate às alterações climáticas, através da diminuição das emissões do CO2 retido nas rolhas de cortiça, e para o desenvolvimento da economia circular”.