Sabia que a Suíça vai renovar entre 40 a 50% dos seus edifícios?



“O responsável pelos transportes de Zurique tem como único objectivo colocar as pessoas na cidade o mais rapidamente possível. Mas depois esquece-se que as pessoas precisam de se movimentar mal saiam dos transportes públicos. E isso é difícil quando têm eléctricos a passar a 45 km/h em frente dos seus narizes”.

Foi desta forma politicamente incorrecta que o sócio e fundador da Güller & Güller Architecture Urbanism, Michael Güller, iniciou o seu discurso, hoje de manhã, no Museu da Carris, durante a 2ª Conferência de Mobilidade Urbana.

O arquitecto urbano, que proporcionou aos presentes um dos melhores momentos da manhã, começou por perguntar que tipo de cidade queremos e, sobretudo, para que zonas vai a nossa cidade evoluir nas próximas décadas, porque é aí que precisamos de ter espaço de manobra para executarmos as nossas revoluções urbanas.

“Dentro de 20 nos, Zurique terá outros eixos de vida pública, outros centros de actividade económica e de lazer. E os transportes públicos têm de saber como se podem ajustar a esta dinâmica”, explicou o responsável.

Será a partir de esta sessão de futurismo urbano que vamos argumentar todas as nossas decisões futuras: que tipo de espaço público queremos, como podemos utilizá-lo para aumentar a qualidade de vida e dinamismo económico e de que precisamos para gerir e acomodar a mobilidade.

“Depois de um século de isolamento da [gestão] de planeamento urbano e tráfego, a tendência será uma abordagem integral. Precisamos de ter uma ideia clara da cidade que queremos – a todas as escalas – antes de determinar como a mobilidade deverá ser organizada”, revelou o arquitecto.

“Quando decidimos sobre as ofertas apropriadas para a mobilidade, a questão da utilização do escasso espaço público deve, simultaneamente, ser colocada. Hoje, a mobilidade passa por gerir os interesses dos espaços funcionais com a qualidade de vida da cidade. Cada vez mais, as cidades inovam a sua mobilidade”.

Dando sempre como exemplo a cidade de Zurique, Güller avançou que a toda a Suíça tem em mãos uma grande oportunidade de aumentar drasticamente a sua sustentabilidade. De acordo com o responsável, o país helvético precisa de renovar 40 a 50% de todos os seus edifícios. São, na sua maioria, edifícios construídos nos anos 50 e que não são renovados há cerca de 40 anos. “Esta é uma grande oportunidade para a Suíça e para os suíços. Foram edifícios construídos nos anos 50 e que são altamente ineficientes”, explicou.

Finalmente, e voltando a Zurique, o responsável avisou que a cidade precisa de alargar a sua rede de transportes públicos, fazendo-a chegar aos subúrbios. Estes, construídos nos anos 50, ainda não são bem servidos de transportes. “São locais onde as pessoas ainda utilizam os carros”, argumentou. E é aí, precisamente, que o dinheiro deve ser investido, não em “auto-estradas urbanas ou linhas de metro a custar 2,5 mil milhões de euros”.





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