Indígena brasileira é a mais velha pessoa do mundo
Maria Lucimar Pereira vai celebrar 121 anos no próximo dia 3 de Setembro, com a sua família, o que faz dela, alegadamente, a mais velha pessoa do mundo da actualidade. Apenas esta informação bastaria para se tratar de um facto surpreendente, mas o enredo adensa-se quando descobrimos que a anciã é da tribo Kaxinawá, da Amazónia brasileira.
A indígena, localizada pela organização Survival International, atribui a sua longevidade ao facto de nunca ter vivido numa cidade e nunca ter comido sal, açúcar ou alimentos processados. Desde 1890, ano oficial e certificado do seu nascimento, Maria só conhece o quotidiano da floresta e, consequentemente, toda a comida é natural e passa por fruta, mandioca, peixe e carne grelhada.
Apesar da idade, Maria Lucimar, que não fala português, apenas Kaxinawá, o dialecto da tribo, continua saudável e é uma mulher activa, passeando pela aldeia e partilhando as suas histórias. Frequentemente, viaja até aldeias vizinhas, onde visita os seus netos, ou até a cidade mais próxima, Feijó. O caso não é raro, contudo, naquela aldeia. A organização não-governamental britânica, que faz campanha em defesa das tribos indígenas, adiantou que na tribo Kaxinawá, composta por 80 pessoas, quatro têm mais de 90 anos.
O Brasil parece, no entanto, um país de alguma forma privilegiado no que toca à longevidade da sua população. Até ao passado dia 21 de Junho, o recorde da pessoa mais idosa do mundo era detido também por uma brasileira. Maria Gomes Valentim morreu aos 114 anos, passando o título à norte-americana Besse Cooper, que celebrou, a 26 de Agosto, 115 anos. Com a descoberta de Maria Lucimar, no entanto, o Livro dos Recordes do Guiness terá de rever o registo do recorde oficial.