Como prevenir a obsolescência de computadores portáteis? A ZERO explica
Os resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos são um dos fluxos que mais tem aumentado na União Europeia. A digitalização e a constante procura e oferta de novos produtos tecnológicos tem vindo a causar um grande impacto ambiental.
Aproximadamente 52% das emissões de gases com efeito de estufa de um portátil resultam da sua fase de fabrico e fim de vida. Tal implica que a extensão do tempo de uso acaba por ter um benefício maior em termos ambientais, do que a sua substituição por um modelo mais eficiente.
O relatório feito pela associação europeia ECOS, demonstra que a legislação europeia sobre ecodesign e sobre rotulagem energética pode ser um instrumento com grande potencial para reverter a cultura do descartável, duplicando a vida útil dos computadores portáteis. Esta medida pode evitar a emissão de 5 milhões de toneladas de CO2 equivalente – o mesmo que retirar 3 milhões de automóveis de circulação.
No âmbito de prevenir esta situação e contribuir para uma mudança mais amiga do ambiente, a ZERO propões várias medidas:
- Aplicação de normas de durabilidade e resistência dos equipamentos (em termos de uso e queda acidental)
- Requisitos que garantam que as peças principais (e as que mais frequentemente dão problemas) são acessíveis e podem ser rapidamente substituídas;
- Requisitos que garantam a disponibilidade de peças para reparação, a sua disponibilização rápida(no sentido de reduzir os tempos de reparação) e que garantam a possibilidade de usar peças não originais
- Garantir que as peças são vendidas a um preço razoável, tendo em consideração o preço do produto no seu conjunto.
- Democratizar o acesso a informação que permita a reparação de equipamentos de forma mais alargada (e não apenas por profissionais)
- Introduzir uma etiqueta sobre a reparabilidade do equipamento
- Estabelecer um tempo de vida mínimo para as baterias, garantir que podem ser facilmente substituídas e introduzir um rótulo sobre o seu tempo de vida.
O foco é a durabilidade dos equipamentos, garantindo que o consumidor tem acesso a alternativas mais rentáveis e benéficas para o ambiente, e permitindo que as comunidades ligadas à reparação tenham maior capacidade de reparar e atualizar os equipamentos.
Qualquer extensão da vida de um computador portátil – seja através de reparação, remanufactura ou uso em segunda mão – adia os grandes impactos associados à produção de um novo computador.