Países do G20 contribuíram com 2,8 mil milhões de euros para combustíveis fósseis
Os países do G20 dizem estar comprometidos com a neutralidade carbónica, mas um relatório publicado recentemente pela BloombergNEF e Bloomberg Philanthropies indica que todos eles contribuem financeiramente para os combustíveis fósseis. Desde 2015, ano em que surgiu o Acordo de Paris, os 19 membros do Grupo já contribuíram com 2,8 mil milhões de euros em subsídios para o petróleo, gás, carvão e energia.
O Climate Policy Factbook indica três áreas onde é urgente atuar para limitar o aquecimento global a 1,5ºC: eliminar, de forma gradual, o incentivo a combustíveis fósseis; colocar um preço nas emissões de gases de efeito de estufa; promover a divulgação dos riscos climáticos. No entanto, muitos dos países do G20 não têm políticas ajustadas para este objetivo.
Fazem parte deste grupo a União Europeia, os Estados Unidos, Alemanha, Austrália, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Brasil, China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, México, Rússia e Turquia.
“Dado que o G-20 é responsável por quase três quartos das emissões globais, o progresso desses governos nestas três áreas representaria um grande passo em direção ao combate à mudança climática. Até agora, eles ainda têm de assumir o papel”, sublinha no relatório Victoria Cuming, diretora de política global da BloombergNEF.
Entre todos os países membros, a Austrália (48.2%), os Estados Unidos (36.7%), a Indonésia (26.6%) e a França (23.8%) foram os que mais aumentaram os seus subsídios, entre 2015 e 2019, direcionados para os combustíveis fósseis. Por outro lado, a Arábia Saudita (-49.9%), a Itália (-33%), a Argentina (-23%) e o Reino Unido (-18.3%), foram os que mais reduziram estes apoios.
“Vencer a luta contra as alterações climáticas requer uma ação urgente e ousada em todos os setores, e precisamos que os governos liderem o caminho. A nossa esperança é que os membros do G-20 levem a sério este relatório, usem as recomendações para atingir as metas do Acordo de Paris e mostrem ao mundo os benefícios económicos e de saúde de construir uma economia global resiliente e sustentável”, afirma Michael R. Bloomberg, fundador da Bloomberg LP e Bloomberg Philanthropies.