Agência Internacional de Energia recomenda a racionalização do gás antes do inverno
A Agência Internacional de Energia (IEA) garante ser necessário reduzir o consumo de gás na Europa para evitar que as populações passem por uma crise no inverno.
Em comunicado, o diretor executivo da IEA começa por dizer que “o mundo está a passar pela primeira crise energética verdadeiramente global da história”, e que se encontra “particularmente preocupado com os próximos meses”. Em causa está o fornecimento de gás por parte da Rússia para a Europa, que de acordo com a IEA tem vindo a sofrer interrupções e cortes há muitos meses, e que poderá mesmo vir a ser cortado. Fatih Birol sublinha que depois da invasão russa na Ucrânia, em fevereiro deste ano, “ninguém na Europa ou em qualquer outro lugar poderia ter ilusões sobre os riscos ao redor do fornecimento de energia russo.”
Para reduzir o risco de grande escassez e racionamento de gás no próximo inverno, o representante refere a urgência de tomar medidas para reduzir a procura durante estes meses de verão e aumentar o gás armazenado. De acordo com a análise da IEA, num cenário em que os russos cortavam a importação de gás a 1 de outubro, os países europeus poderiam ter armazenado acima de 90% da sua capacidade de armazenamento de gás. Para isso, seria necessária uma poupança adicional de cerca de 12 mil milhões de metros cúbicos de gás, nos próximos três meses – o equivalente a encher 130 navios-tanque de gás natural liquefeito (GNL).
Como tal, Fatih Birol recomenda cinco ações concretas para os líderes europeus implementarem nos países: introduzir plataformas de leilão para incentivar a redução da procura por gás industrial na União Europeia; reduzir o uso de gás no setor de energia; reforçar a coordenação entre os operadores de gás e de eletricidade em toda a Europa para reduzir os picos de consumo; reduzir o consumo de eletricidade nas casas, através da criação de normas e da sensibilização dos consumidores; e harmonizar os planos de emergência a nível nacional e europeu, de forma a que haja uma “ação unificada”.