Dia Internacional dos Resíduos Elétricos: Em cada casa europeia existem 13 equipamentos eletrónicos fora de uso



Em cada casa europeia existem, em média, 74 pequenos equipamentos elétricos, 13 dos quais estão fora de uso. Os resultados são divulgados na semana em que se assinala o Dia Internacional dos Resíduos Elétricos, efeméride que se comemora esta sexta-feira, 14 de outubro. Os telemóveis lideram o top 5 dos equipamentos elétricos que os portugueses acumulam em casa sem utilizar.

Os números são de um estudo do WEEE Forum, a associação internacional que congrega várias entidades gestoras de equipamentos elétricos usados, incluindo o Electrão, que pretende alertar para o problema que constitui a acumulação de equipamentos elétricos usados, um dos fluxos que regista maior crescimento a nível global. Com o lema: “Recycle it all, no mater how small”, o estudo, desenvolvido entre junho e setembro deste ano, baseou-se num inquérito realizado em seis países representativos da diversidade europeia: Portugal, Países Baixos, Itália, Roménia, Eslovénia e Reino Unido.

Segundo a mesma fonte, a maior parte destes aparelhos elétricos continua a funcionar, mas, simplesmente, não é utilizada. Só uma minoria, 4, estão mesmo avariados.

Até ao final do ano terão sido geradas cerca de 24,5 milhões de toneladas de pequenos equipamentos elétricos

Uma estimativa da Organização das Nações Unidas indica que até ao final do ano terão sido geradas, globalmente, cerca de 24,5 milhões de toneladas de pequenos equipamentos elétricos, o equivalente a quatro vezes o peso da Pirâmide de Gizé, o que ilustra bem o grande desafio que representa a gestão deste tipo de resíduos elétricos de pequena dimensão.

As estimativas apontam para que estejam atualmente em utilização cerca de 16 mil milhões de telemóveis em todo o mundo. Cerca de 5,3 mil milhões serão transformados em resíduos até final do ano, mas só uma pequena parte será corretamente encaminhada para reciclagem. Se fossem empilhados, um a um, a uma profundidade média de 9 milímetros, estes telemóveis poderiam subir a uma distância de 50 mil quilómetros – 120 vezes mais que a Estação Espacial Internacional.

Além dos telemóveis, outros pequenos aparelhos elétricos, como escovas de dentes elétricas, tostadeiras ou câmaras de filmar, são muitas vezes descartados incorretamente. Estes artigos representam cerca de 8% do total de resíduos de equipamentos elétricos colocados no contentor do lixo indiferenciado, que posteriormente são encaminhados para aterro ou incineração. Isto significa que “se perdem muitos materiais raros que estão nesses equipamentos e que poderiam reaproveitados na conceção de novos produtos”.

52% dos portugueses conserva os equipamentos porque acredita que poderá vir a utilizá-los num futuro próximo

Os telemóveis lideram o top 5 dos equipamentos elétricos que os portugueses acumulam em casa sem utilizar, de acordo com um estudo realizado pelo Electrão e que contribuiu também para a investigação europeia liderada pelo WEEE Forum. Seguem-se os acessórios de informática, como ratos, teclados, câmaras ou microfones. Logo a seguir surgem os pequenos eletrodomésticos, como ventiladores, ferros de engomar, relógios ou adaptadores e a fechar o top 5 são referenciados aparelhos como câmaras digitais de vídeo ou fotografia.

O estudo aponta várias razões que levam os consumidores portugueses a guardar os equipamentos elétricos, mesmo quando já não são usados. A esmagadora maioria, 52%, conserva os equipamentos porque acredita que poderá vir a utilizá-los num futuro próximo, sejam computadores mais antigos ou pequenos eletrodomésticos de cozinha. Uma fatia mais pequena da população, 17%, pretende tentar vender esses equipamentos e por isso não tomou ainda a iniciativa de encaminhá-los para reciclagem. Já 11% diz guardar os pequenos aparelhos elétricos, sejam portáteis ou brinquedos elétricos, por questões de apego, dado o valor sentimental que lhes associa. Cerca de 6% guarda esses equipamentos para utilizá-los em segunda habitação ou casa de férias e há ainda uma minoria, 5%, que mantém estes equipamentos elétricos a pensar em outras opções, por exemplo, no aluguer.

O estudo realizado pelo Electrão centrou-se em equipamentos de pequena dimensão, nomeadamente equipamentos de processamento e aquecimento de alimentos, higiene pessoal, ferramentas, telemóveis, computadores e equipamentos digitais e informáticos.

63%, garante que coloca os seus pequenos equipamentos elétricos em fim de vida em pontos oficiais de recolha

A maioria dos cidadãos que respondeu ao inquérito, 63%, garante que coloca os seus pequenos equipamentos elétricos em fim de vida em pontos oficiais de recolha. Só 10% admite que estes aparelhos têm como fim o lixo indiferenciado. Os restantes optam por outras soluções, como a reparação.

Estes números não estão espelhados nos resultados das recolhas de equipamentos elétricos a nível nacional, o que pode demonstrar que o cidadão tem intenção de reciclar, mas ainda não adquiriu o hábito de encaminhar efetivamente os resíduos para reciclagem.

O estudo “WEEE Flows Toolkist Portugal 2022” foi desenvolvido pela empresa Ipsos Apeme, de acordo com referências estabelecidas pelo WEEE Forum e parceiro UNITAR (United Nations Institute for Training and Research), e teve como base 1041 entrevistas telefónicas.

Este ano o Electrão volta a associar-se ao WEEE Forum para assinalar o Dia Internacional dos Resíduos Eléctricos e desenvolveu uma instalação de equipamentos elétricos que pode ser observada na frente ribeirinha de Lisboa, zona de Belém, mais concretamente na Praça da Guitarra (junto da Estátua da Guitarra na Proa), até 16 de Outubro para alertar para a importância da reciclagem dos equipamentos elétricos usados e para o papel e a responsabilidade que cada cidadão tem nesta ação.

 

 

 

 

 

 

 





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