Biden e Lula planeiam compromisso com a democracia e o meio ambiente



O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pretende apresentar um compromisso mútuo com o Brasil pela defesa democracia e pelo meio ambiente ao receber hoje o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, em Washington.

Os dois líderes querem “aprofundar o (seu) compromisso comum de promover, fortalecer e aprofundar a democracia”, disse um alto funcionário da Casa Branca aos repórteres.

O funcionário do Governo norte-americano destacou que Joe Biden havia “ligado por iniciativa própria, não por recomendação de seus assessores” para o Presidente brasileiro quando, no dia 8 de janeiro, as instituições em Brasília foram saqueadas por partidários do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Bolsonaro está em território americano, na Flórida, e a Casa Branca ainda não recebeu nenhum pedido específico das autoridades brasileiras sobre ele, segundo a mesma fonte.

As relações bilaterais do Brasil com os Estados Unidos ficaram degradadas quando Bolsonaro esteve no poder e os líderes atuais dos dois países pretendem dar-lhes outro rumo neste momento.

Na viagem, Joe Biden e Lula da Silva pretendem avançar em temas como a defesa do meio ambiente, em particular da floresta amazónica.

“As alterações climáticas são o tema principal das discussões que já tiveram”, e ambos reconhecem a necessidade de “tomar decisões ousadas”, segundo o responsável do executivo americano.

O desflorestamento na Amazónia aumentou 60% em cada um dos anos de mandato de Bolsonaro (2019-2022). Lula da Silva prometeu desflorestamento zero até 2030 na maior floresta tropical do mundo que é fundamental para controlar o clima do planeta.

Mais concretamente, os governantes discutirão o Fundo Amazónia, um mecanismo financeiro multilateral criado em 2008 e gerido pelo Brasil para apoiar o combate ao desflorestamento.

Lula da Silva relançou esse fundo que o seu antecessor havia congelado e para o qual contribuíram até agora a Noruega e, em menor medida, a Alemanha. O Brasil agora busca outros doadores.

“Este é um assunto importante” disse apenas a fonte anteriormente citada, sem adiantar uma possível contribuição dos Estados Unidos.

A Casa Branca tem-se mantido ainda mais evasiva sobre a Ucrânia.

Os Estados Unidos são o grande impulsionador da resposta ocidental à Rússia, enquanto o Brasil condenou a invasão russa na Organização das Nações Unidas, mas não adotou sanções económicas contra Moscovo nem enviou armamento para Kiev.

Washington respeita “os esforços do Presidente brasileiro para “incentivar o diálogo e a paz”, cerca de um ano após o início da guerra, disse o alto funcionário americano.

“Não diria que vão discordar, acho que vão confrontar os seus pontos de vista”, resumiu.

De maneira geral, o Brasil faz questão de manter uma relação equilibrada com outras potências emergentes, entre elas a China, grande rival dos Estados Unidos.





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