Associação Zero lamenta “práticas perversas” de publicidade ambiental de multinacionais



A associação ambientalista Zero lamentou ontem que grandes multinacionais usem “práticas perversas” de publicidade que pretende dar uma imagem de que são responsáveis em termos ambientais, quando são poluidoras (‘greenwashing’), e pediu intervenção dos governos.

Em comunicado, a Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável refere, citando o relatório mais recente, de 2023, sobre a responsabilidade climática das grandes empresas, que nenhuma das 24 companhias analisadas recebeu a pontuação correspondente a “alta integridade” ambiental.

Apenas uma multinacional, a Maersk, recebeu a pontuação abaixo, a de “integridade razoável”. A Apple, a Arcelor Mittal, a Google, o Grupo H&M, a Holcim, a Microsoft, a Stellantis e a Thyssenkrupp obtiveram a pontuação de “integridade moderada” e outras 15 empresas tiveram “baixa ou muito baixa integridade”.

Segundo a Zero, as 24 empresas avaliadas pelo NewClimate Institute e pela organização Carbon Market Watch, da qual faz parte, “são não só as maiores a nível mundial, como também alegam ser líderes na ação climática devido à sua associação à campanha ‘Race to Zero’, patrocinada pelas Nações Unidas”, que visa “zero” emissões de gases poluentes.

Contudo, de acordo com a associação ambientalista, “a maioria das empresas avaliadas esconde a sua inação climática atrás dos seus aparentes planos verdes de neutralidade climática”, ao reduzir apenas as suas “emissões reais” em 15% em 2030 e em 26% em 2050.

As empresas em causa estão ligadas aos setores automóvel, moda, supermercados, alimentação e agricultura, tecnologia e eletrónica, transportes marítimos e aéreos e aço e cimento, sendo “responsáveis por cerca de 4% das emissões a nível global”.

A Zero entende que os governos devem criar legislação que proteja melhor os consumidores destas práticas publicitárias.





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