Plano de Arborização da Câmara do Porto visa adequar espécies ao espaço público
O Plano de Arborização da Câmara do Porto visa “orientar” e “auxiliar” o município a adequar as espécies vegetativas ao espaço público e define os “requisitos” para arborizar em determinadas zonas da cidade, afirmou ontem o vice-presidente Filipe Araújo.
Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente e vereador com o pelouro do Ambiente, Filipe Araújo, destacou que depois da aprovação do Plano Diretor Municipal (PDM), em 2021, a “preocupação” do município foi proceder à criação de um “plano estratégico de arborização”, elaborado ao longo dos últimos dois anos por uma equipa multidisciplinar.
Coordenado pela Associação Biopólis, do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO), com o apoio do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do território, o plano municipal é uma “orientação para os programas de arborização de ruas, avenidas e outros espaços” na cidade.
Com o intuito de “minimizar o esforço de manutenção e minimização de riscos”, o plano está estruturado em três fases: Caracterização e diagnóstico da situação existente, proposta de plano e protótipos de intervenção.
“Este trabalho foi feito essencialmente para perceber aquilo que são as árvores que neste momento que temos na cidade, portanto, uma caracterização e diagnóstico existente. Depois, perceber as árvores que podemos ter numa lógica de um plano de arborização, e também perceber quais são as ruas onde temos árvores, mas que não se coadunam ou cujas espécies não são adequadas ao território”, esclareceu.
Com este plano de arborização, o município passa a “conhecer de forma muito pragmática” e com “reconhecido respaldo científico” os requisitos para arborizar: “largura e dimensões abaixo das quais não vale a pena pensar em árvores”.
“São agora mais claros os princípios de fundo que devem orientar a arborização e o que devemos evitar se queremos ter árvores saudáveis e seguras”, referiu, notando que este é um plano “flexível” e que proporciona “caminhos alternativos”
De acordo com o plano, na cidade do Porto, existem 191 quilómetros de ruas arborizáveis, 156 quilómetros de ruas arborizadas e 377 quilómetros de ruas não-arborizadas. Das ruas já arborizadas, 23,9% têm espécies inadequadas e 7% contêm espécies infestantes/exóticas.
O plano, que foi hoje apresentado na Biblioteca Almeida Garrett, permite assim “adequar o espaço da arborização ao espaço público disponível”, relacionando “espaços e espécies de modo concordante para um período de 20-30 anos”.
“Não é uma perspetiva apenas de espaço público e ordenamento”, referiu Filipe Araújo, notando que o plano enquadra-se com outros fatores, como com os corredores de ventilação, as zonas onde há maior degradação da qualidade do ar na cidade e as alterações climáticas.
“Este é um plano estratégico e muito importante na perspetiva de longo prazo de aumentarmos a floresta urbana”, destacou o vice-presidente, esclarecendo que o plano vai ser posto em prática mediante as intervenções a desencadear na cidade.