Ovar reduz a área de REN para instalar três centrais fotovoltaicas



O município de Ovar vai ficar com menos 23,9 hectares de Reserva Ecológica Nacional (REN) para os afetar à construção de três centrais solares fotovoltaicas, o que a autarquia atribui à intenção de diminuir a sua pegada carbónica.

A desafetação desses hectares foi publicada em Diário da República e entrou em vigor na terça-feira.

Em declarações à Lusa, o presidente da autarquia do distrito de Aveiro afirmou que a mudança abrange “uma área reduzida” da reserva ecológica e “não tem impacto relevante” no conjunto da mancha protegida.

“O nosso concelho está quase todo sob algum tipo de proteção – praticamente 2/3 do território estão classificados como reserva ecológica, reserva agrícola ou outra – e, como nós estamos muito empenhados em atingir a neutralidade carbónica o mais rapidamente possível, vemos com muito bons olhos estes investimentos em energias renováveis”, declarou Salvador Malheiro.

A desafetação autorizada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) abrange três áreas de dunas na União de Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã, todas elas requeridas para empreendimentos energéticos privados.

“Duas centrais solares são promovidas pela Gerawatt Energy Partners e ficarão instaladas junto a nós de acesso à Autoestrada 29 (A29), e uma unidade de produção para autoconsumo será gerida pela empresa SES – Sustainable Energy Systems, em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Ovar, na estrada para o Furadouro”, adiantou o autarca social-democrata.

Aprovada a utilização dos 23,9 hectares de terreno pela CCDRC, o procedimento para concretização desses projetos de energia verde – “com base em estruturas amovíveis, que não são permanentes”, realçou o presidente da Câmara – passará ainda por outras etapas.

“Os promotores terão que instruir junto da Câmara Municipal os respetivos procedimentos de controlo prévio de operações urbanísticas, (…) que aprova medidas excecionais visando assegurar a simplificação dos procedimentos de produção de energia a partir de fontes renováveis”, adiantou fonte técnica da autarquia.

Depois, se aplicável, a localização de cada projeto implicará igualmente uma consulta “à Direção-Geral dos Recursos da Defesa Nacional no âmbito da servidão militar”, atendendo à proximidade da Base Áerea de Maceda, e outra à Infraestruturas de Portugal, “no âmbito do Estatuto das Estradas da Rede Rodoviária Nacional”.

É atendendo aos prazos habituais desses trâmites que Salvador Malheiro admitiu que, “quando estiverem a funcionar, estes projetos vão permitir evitar, em cada ano, a emissão de muitas toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera”.

“Mas, o mais provável é que só entrem em funcionamento depois de 2024”, frisou.





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