Quercus pede medidas “muito mais ambiciosas” para combater crise climática
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A associação ambientalista Quercus alertou hoje que a crise climática “requer medidas muito mais ambiciosas e coerentes”, a propósito do 20.º aniversário da entrada em vigor do Protocolo de Quioto, considerando ser “um legado a valorizar com mais ambição”.
“A Quercus adverte que, embora o Protocolo de Quioto tenha sido um primeiro passo, a realidade e evolução dos acontecimentos foi revelando que a crise climática requer medidas muito mais ambiciosas e coerentes”, salientou a organização ambiental, em comunicado.
De acordo com o organismo, o aumento da frequência de eventos climáticos extremos, como secas e inundações, demonstra que os esforços globais têm sido insuficientes, referindo que em Portugal “preocupam recentes decisões políticas que travam avanços essenciais na proteção ambiental”, apesar dos progressos na energia renovável.
“A rejeição da criminalização do ecocídio e do estatuto do refugiado climático são exemplos desse retrocesso. Sem um enquadramento legal que puna a destruição massiva de ecossistemas ou que proteja quem é forçado a migrar devido a desastres ambientais, Portugal arrisca-se a ficar aquém das suas responsabilidades climáticas e humanitárias”, alertou.
A Quercus realçou que “estes desafios são essenciais” num momento em que a comunidade internacional reforça compromissos para enfrentar a crise climática.
“Ao celebrar o legado de Quioto, é essencial olhar para o futuro com determinação e clareza. A Quercus apela a uma ação política mais corajosa. Proteção e restauro da Natureza e direitos humanos são a base da ação climática que se quer justa. É necessária uma transição ecológica, de modo a garantir que a transição energética conduza a um balanço real de redução de emissões e assegure a proteção efetiva dos ecossistemas e das populações”, acrescentou.
O tratado internacional ambiental – assinado em 11 de dezembro de 1997 – é, segundo a Quercus, um “marco histórico na tomada de consciência sobre o fenómeno das alterações climáticas” e “impulsionou várias medidas para a redução das emissões de gases com efeito de estufa”, bem como “fortaleceu o compromisso internacional com a transição energética e descarbonização”.
O Protocolo de Quioto entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, oito anos depois de ter sido firmado.