Emblemático santuário para chimpanzés órfãos reabre após cinco meses fechado



O emblemático santuário para chimpanzés órfãos em Tacugama, na Serra Leoa, reabriu sábado depois de estar fechado durante cinco meses para alertar sobre os perigos da desflorestação massiva e a invasão ilegal do espaço.

“O nosso encerramento nunca foi uma escolha. Foi um ato de proteção e uma tomada de posição contra a apropriação ilegal de terras, que constituía uma grave ameaça para Tacugama”, disse hoje o fundador e diretor do santuário, Bala Amarasekaran, em declarações citadas pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).

Localizado a cerca de 15 quilómetros da capital, Freetown, no Parque Nacional da Península da região oeste, o santuário de Tacugama, mundialmente conhecido, é uma das principais atrações turísticas deste país africano da costa ocidental de África, entre a Libéria e a Guiné-Conacri.

Face ao aumento da desflorestação e da invasão ilegal no interior do parque nacional onde se encontra Tacugama, a direção fechou as portas do santuário aos visitantes a 26 de maio, numa tentativa de chocar o Governo e alertar a comunidade internacional, tendo reaberto no sábado.

“Os últimos meses foram dos mais difíceis de toda a nossa história”, admitiu o responsável, lembrando as “perdas financeiras, a incerteza para os funcionários e a dolorosa questão de saber se Tacugama poderia um dia reabrir as suas portas”.

A reabertura surge na sequência de cartas enviadas pelo Governo da Serra Leoa e por vários ministérios, prometendo agir contra as atividades ilegais e a apropriação de terras e proteger a integridade de Tacugama dentro do parque, de acordo com a direção do santuário.

O parque, o principal destino de ecoturismo da Sera Leoa e um modelo de conservação na África Ocidental, acolhe e cuida de chimpanzés com menos de cinco anos cujas famílias foram mortas e que precisam de aprender a sobreviver.

O chimpanzé da África Ocidental é considerado uma espécie “em perigo crítico de extinção” pela União Internacional para a Conservação da Natureza, ameaçada principalmente pelo desaparecimento do seu habitat e pela caça furtiva para consumo da sua carne.

A desflorestação da preciosa floresta tropical húmida do Parque Nacional da Península da região oeste, que margeia a capital Freetown, é brutal. Dos 18 mil hectares do parque, quase um terço, representando 5.600 hectares, o equivalente a 5.600 campos de futebol, foi perdido ou está gravamente degradado desde 2012.

Ainda assim, o parque alberta 80 a 90% da biodiversidade da Serra Leoa, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).






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